Fabrica Cerâmica de Valadares
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Segundo Licínio Manuel Moreira dos Santos, na sua dissertação “Cultura e Lazer Operários em Gaia, entre o final da Monarquia e o início da República (1893-1914)” , a partir de finais do séc. XIX o poder central lançaria as primeiras leis de regulamentação do trabalho, preocupando-se, entre outros aspetos, com o trabalho das mulheres e das crianças, as associações de classe e os conflitos de trabalho. Afirma ainda a dissertação que os operários que trabalhavam para as casas dirigidas por estrangeiros teriam melhores condições de trabalho, trabalhavam menos horas e tinham salários mais altos do que aqueles que trabalhavam em empresas dirigidas por portugueses. Na época, a população operária “vivia geralmente próximo dos locais de trabalho” , mas no caso da Valadares grande parte dos seus operários viriam de outras localidades fora do distrito do Porto, com o único intuito de trabalhar nesta indústria e onde acabavam por construir a sua vida. Acompanhando estas novas mudanças de regulamentação, direitos dos trabalhadores, segurança e saúde no trabalho, também a Valadares inicia um esforço na promoção de novas e melhoradas condições aos seus operários. A 18 de Novembro de 1948, a Fábrica Cerâmica de Valadares, S.A.R.L, com escritório na Rua Manuel Moreira da Costa Júnior, em Valadares, requer licença para transformar e ampliar um prédio que possuía numa rua junto à sua fábrica, conhecida pelo nome de Travessa da Fábrica de Cerâmica. O prédio existente destina-se presentemente a armazém de material, mas, havendo necessidade de proceder à instalação de balneários e refeitórios para o pessoal da fábrica, transforma-se-á o pavimento existente para balneário e construir-se-á mais um pavimento dess- tinado a refeitório. «»
Havia uma grande preocupação social em integrar as pessoas que cá estavam. Havia uma preocupação enorme com higiene e segurança no trabalho, para a época. Os administradores tinham uma visão muito nítida do que era uma empresa e do que era trabalhar com pessoas e motivá-las.
Engº Manuel António, Testemunho Oral
29 • Planta topográfica sobre os terrenos da unidade fabril onde está demarcado a àrea a intervir para a construção dos serviços sociais.
Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner Processo nº POP 1587-1950
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