Grande Consumo N.º 91

GRANDE CONSUMO

Lançar projetos é fácil, difícil é dar-lhes continuidade, dizia o designer Stefan Sagmeister. Sobretudo em jornalismo eco- nómico que está na ordem do dia. Ou na ordem do século. A urgência é cada vez maior de ter mais e melhor jornalismo. A Grande Consumo (GC) existe de forma contínua há 20 anos. Começou em 2005, no tempo em que as revistas trade viviam na “cave” do edifício do “grande jornalismo económi- co”. Não é fenómeno único. O marketing já viveu na “cave” da economia, a publicidade na “cave” do marketing e o branding na “cave” da publicidade. Todas estas “caves” cresceram e tornaram-se complexos gigantes. A Grande Consumo também cresceu. Hoje, tem uma network personalizada fora do normal. Uma capacidade fora-de-série de gerar conteúdos de qualidade. Opera em todas as plataformas que contam. Lançou “A Melhor Loja de Portugal”, prémio que é uma referência. É feita com sangue, suor e alegria. E é assim há 20 anos.

Em 2024, a “cave” já lá ia, mas o “ look de cave” ainda se mantinha.

O 20.º aniversário era a oportunidade perfeita para elevar a sua imagem e a colocar ao nível da qualidade da re- vista. Estabelecido isto, desafiou a Wonder\Why a repensar e redesenhar a sua marca.

opinião Rebranding da Grande Consumo: uma revista que se encontrou RICARDO MIRANDA Sócio e diretor criativo Wonder\Why

Qualquer rebranding começa com perguntas. O que é a marca? O que quer ser? Como é vista? Como quer ser vista?

Passo 1: entra a equipa de estratégia . Faz-se auditoria de marca, onde se identifica o momento atual, benchmark da concorrência, inquérito de satisfação, mapa de posiciona - mento, construção de plataforma de intangíveis e, no caso da GC, com o envolvimento do Conselho Consultivo. Passo 2: apresenta-se o relatório estratégico com destaques e recomendações. Alguns highlights : a GC é um ponto de encontro para profissionais da indústria, retalho, logística e consumo – dá-lhes voz, informação, ideias ; a sua perceção deve mudar de revista de papel para plataforma de comunicação; a GC é uma máquina de gerar conteúdos de qualidade – com exclusividade, profundidade, relevância ; é séria, credível, ética; deve assumir o papel de liderança, que já tem neste mercado, sem medos; por fim, a GC tem uma identidade de marca não adequada ao jornalismo económi- co que desenvolve. Este último ponto é o ponto de partida para a constru- ção da nova identidade. Falta jornalismo na marca. É este o briefing para a criatividade. Passo 3: análise do nome , base da identidade verbal da marca. Grande Consumo é um nome descritivo, o que é prática comum num mercado povoado por títulos como Distribuição Hoje , Hipersuper ou Meios e Publicidade . São nomes que “descrevem” o mercado onde atuam. Mas o mercado da GC é mais do que só “grande consumo”. Inclui

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