GRANDE CONSUMO
“Estamos a passar por uma fase em que marcas indiferenciadas têm um tempo de vida muito limitado; é por isso que vemos em muitos mercados, especialmente na Europa, que marcas históricas estão a desaparecer. Porque são mais uma”
venda que já somos uma marca de sempre e o início da jornada dilui-se no tem- po, até há quem pense que a Salsa é espanhola. O que subsiste da Salsa de 1994 na marca de 2025? Além dos valores, existe uma cultura de melhoria contínua, de desafio contí - nuo. Desde o início que estão presentes a vontade e a capacidade de fazer mui - to com pouco, de ser criativo, de perguntar “porquê” ou “porque não”. Está in - trinsecamente ligado à nossa maneira de trabalhar e é mais importante do que nunca. O sector sempre foi difícil, mas, hoje em dia, é um sector para as marcas cujas propostas são as melhores. Estamos a passar uma fase em que marcas in - diferenciadas têm um tempo de vida muito limitado; é por isso que vemos em muitos mercados, especialmente na Europa, que marcas históricas estão a de - saparecer. Porque são mais uma, porque fazem uma versão inferior à da marca do lado. Nós, como temos esta mentalidade de nunca parar, de tentar melhorar, de encontrar inovação, mantemo-nos distintivos. Nestes 30 anos, quais os principais marcos que identifica? Há muitas Salsas ao longo do tempo. A Salsa nasceu, em 1994, como marca, tendo tido uma primeira fase de crescimento como marca pura de jeanswear e ganhado tração no mercado à boleia da expansão dos centros comerciais, quer em Portugal, quer em Espanha. Mas o que a tornou diferente de outras marcas foram os passos que, des - de muito cedo, deu noutras geografias, mais distantes. Entrou logo no Médio Oriente, porque percebeu que ou se expandia rapidamente, ou ia ser mais difí- cil ganhar escala à velocidade de que precisava. Em 2007 e 2008, há um marco muito relevante, que é a criação dos primei - ros fits técnicos. De tal forma que não se consegue dissociar a Salsa das calças push up ou push in . São dois fits inacreditáveis, que conheceram imediatamente sucesso, quer nas nossas lojas, quer, a nível internacional, nos nossos parceiros multimarca, com a Salsa a afirmar-se como uma marca de inovação e de produ - to de excelência nesse segmento. Perto de 2020 entra numa terceira fase, pois, com a saída gradual do último dos fundadores, inicia-se uma nova jornada, em que a marca decide refrescar a sua identidade e a maneira como comunica os seus valores – como disse, são sempre os mesmos, mas havia necessidade de adaptar a linguagem a cada mo- mento. Em paralelo, começa um novo ciclo de expansão internacional, em que pas - sa a privilegiar a abertura de flagships : é aí que tomamos a decisão de abrir na Gran Vía, em Madrid, e no Paseo de Gràcia, em Barcelona, bem como na Rua Augusta, em Lisboa. E começa a testar outros mercados, como a Irlanda, e, fora da Europa, a Índia, onde acabamos de abrir uma segunda loja. Em 2025, temos uma Salsa mais madura, mais adulta, mais consciente do que é como marca e da diferenciação que oferece aos seus clientes. Mas que continua com muita vontade de crescer. No que toca à inovação, quais são os caminhos? Se eu tivesse de identificar onde é que somos distintivos no mercado, em ter - mos de inovação, diria que é na génese do produto e, depois, no serviço. No produto, a nossa grande capacidade de inovação técnica é no desenho das peças. Todo o desenvolvimento é feito in house , temos uma equipa de mode-
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