entrevista
N.91
A propósito dos fornecedores mais distantes, têm emergido questões relacio- nadas com as condições de trabalho, por exemplo. Como as acautelam? Temos por política trabalhar, predominantemente, em países que já têm con- dições acima da média e tentamos evitar países mais arriscados nessas dimen - sões. Mas tem muito a ver com o acompanhamento dos fornecedores: fazemos auditorias, temos um manual de fornecedor muito detalhado e um código de conduta altamente estrito. Na China, por exemplo, temos em permanência uma equipa própria que visita os fornecedores. Além disso, não faço o onboarding de um fornecedor sem lá ir, quando escolho preciso de um elevado grau de conhecimento sobre a qualidade, a segurança e a tecnicidade. No fim, trata-se de acompanhamento e de relações de longo prazo, porque, quanto mais tempo trabalhar com eles, mais descansado posso ficar. Voltando a um dos marcos, a expansão. O que tem ditado a abordagem aos mercados externos? A Salsa é uma empresa multicanal e é pensada dessa forma, mesmo do ponto de vista do desenvolvimento das coleções. No que toca às lojas, temos duas di - mensões. Nos nossos mercados core - Portugal, Espanha e França -, o potencial de abrir com grande velocidade já não existe, embora ainda haja o potencial de complementar, mais em Espanha do que em Portugal, onde temos cerca de 60 lojas, o que é uma boa cobertura para o país. A nível nacional, o que se coloca é a necessidade de melhorar progressivamente a qualidade média do parque, com alguns ajustes de áreas e de localizações e, sobretudo, com a expansão do novo conceito de loja, que estreámos no Paseo de Gràcia, em Barcelona. Vamos estar, pois, atentos a oportunidades de flagships , porque, de facto, fazem dife - rença no posicionamento. Já nos mercados onde estamos com parcerias, ainda temos muito potencial. No Médio Oriente, onde estamos há cerca de 20 anos, temos um plano ambicio - so de expansão para abrir perto de 30 lojas, ao ritmo de quatro ou cinco todos os anos. Há também novos mercados que não trabalhávamos e que se posicionaram como oportunidades: é o caso da Índia e de alguns países na Europa de Leste, onde já temos alguns acordos e de que haverá novidades durante o ano. O que torna o Médio Oriente apetecível? É um mercado onde, desde o início, a Salsa teve um bom desempenho. Ao con - trário do que se possa imaginar, é um mercado que gosta de produto, de quali-
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