retalho
N.91
Os pagamentos através do sistema self-checkout já representam um terço do total das compras nos supermercados onde esta tecnologia está disponí- vel. Os retalhistas estão a testar vários modelos e inovações. 20 anos separam a entrada em funcionamento da primeira caixa self-service instalada num supermer- cado de Portugal e a inauguração da “ maior loja inte- ligente do mundo” com smart checkout . O pagamento nos supermercados sem intervenção de funcioná - rios consolidou-se e, no caso do Pingo Doce e do Continente, corresponde já a 30% das compras nas lojas onde esta tecnologia está disponível. O Pão de Açúcar, no centro comercial Amorei - ras, recebeu em 2005 a primeira caixa self-service num supermercado em Portugal. Susana Borges, di - retora de Experiência Cliente da Auchan, reivindica o pioneirismo da marca entretanto absorvida pelo grupo francês. No entanto, o grupo Auchan prefere não adiantar a quota que esta forma de pagamento tem no total das compras dos clientes nos seus su- permercados. “A adesão ao self-checkout tem vindo a crescer, representando já uma percentagem significativa dos pagamentos em loja. O peso exato varia consoante a tipologia da loja e o perfil dos clientes, mas é uma solução cada vez mais utilizada” , assegura Susana Borges em declarações à Grande Consumo. As principais vantagens para os clientes incluem a “rapidez no pagamento, maior autonomia e uma ex- periência de compra mais fluida. No entanto, reconhe - cemos que, para alguns consumidores, pode representar um desafio em termos de adaptação à tecnologia, pelo que garantimos sempre apoio em loja para facilitar a uti- lização” , refere a mesma responsável, acrescentan- do que a introdução das caixas self-checkout permite otimizar a operação em loja, garantindo maior efi - ciência na gestão de filas e melhor distribuição das equipas para tarefas de maior valor acrescentado, como o apoio ao cliente. “Contudo, o foco da Auchan não está apenas na poupança, mas sim em proporcionar uma experiência de compra mais cómoda e adaptada às necessidades dos clientes” , ressalva Susana Borges. São argumentos transversais a outros players do mercado que têm investido na autonomização dos processos de pagamento. “A maior loja inteligente do mundo” As formas de pagamento automático continuam a ganhar terreno e os retalhistas estão a testar vários modelos e inovações. No início de janeiro deste ano, foi inaugurada em Leiria a primeira loja Continente Bom Dia que combina a experiência de loja tradicio - nal com a mais recente tecnologia da empresa portu- guesa Sensei. Com um investimento de seis milhões de euros e financiada ao abrigo do Plano de Recu - peração e de Resiliência (PRR), esta loja foi descrita pela Sonae MC como “a maior loja inteligente do mun-
do” e “um espaço na vanguarda da inovação no retalho”. Dos seis milhões de euros investidos, 1,5 milhões destinaram-se à implementação da tecnologia da Sensei que permite o pagamento smart checkout . Esta tecnologia, através de visão computacional, algoritmos de inteligência artificial e prateleiras sensorizadas com balanças, cria em tempo real um carrinho virtual para cada cliente com os produtos que vão sendo colocados no cesto ou no carrinho de compras. A exceção são os produtos de peso variável (fruta, legumes ou peixe), em que é neces- sário pesá-los e depois registá-los nos dispositivos de scanning que se encontram em vários pontos da loja. Desta forma, o cliente, com as compras no carrinho ou no cesto, quando se aproxima do smart checkout , localizado na linha de caixas, não precisa de fazer qualquer procedimento, a não ser validar a lista final de produtos e efetuar o pagamento no terminal. Quando o Continente Bom Dia Leiria São Romão abriu portas, contava com duas caixas tradicionais (com funcionários), outras duas de self-service e quatro smart checkout . Entretanto, a loja aumentou o número de caixas, dispondo agora de seis caixas smart checkout . “A recetividade dos consumidores que visitam a nova loja Continente Bom Dia Leiria São Ro- mão tem sido muito positiva e reflete-se nos milhares de transações já efetuadas através do sistema smart check” , aponta o responsável de inovação da MC, Marlos Silva, reforçando que “a implementação dos sistemas de self e smart checkout tem como principal objetivo me- lhorar a jornada do cliente na loja, proporcionando uma experiência diferenciada, intuitiva, com o máximo de co- modidade e com uma redução de tempo no momento de pagamento das suas compras” . No contexto do universo Continente, consta- ta-se um aumento do número de clientes nos úl-
“O pagamento nos supermercados sem intervenção de funcionários consolidou-se e, no caso do Pingo Doce e do Continente, corresponde já a 30% das compras nas lojas onde esta tecnologia está disponível”
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