mercado
N.91
Diversidade. Inclusão. São dois conceitos que ex - travasam as fronteiras da sociologia para ganhar espaço na economia e no consumo e que, necessa - riamente, permeiam as marcas e o marketing . Uma sensibilidade impulsionada e justificada pelo atual movimento migratório em Portugal, o qual dá cor- po a um novo perfil de trabalhadores e de consu - midores. É sobre este fenómeno que se debruça Sandra Loureiro, professora catedrática em Marketing no Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, começando por assinalar que à tradicional vinda de imigrantes de língua portuguesa se juntam agora, e cada vez mais, migrantes de outros países. Significa isto que as diferenças culturais são maiores, o que pode ali - mentar uma tendência para “desconfiar, recear o mais desconhecido” , mas também pode ser o combustível para “enriquecer os indivíduos e as experiências dos con- sumidores” . É um movimento com naturais repercussões no tecido económico, como já é notório. “Diversas tare- fas, sobretudo na agricultura, construção e também ho- telaria e restauração, são cada vez mais ocupadas pelos imigrantes (não significa que os imigrantes não desem - penhem também outras tarefas, atividades e profissões, inclusive alguns abrem os seus próprios negócios), muitos dos quais devida à falta de colaboradores nativos portu - gueses” , enuncia, considerando que os imigrantes que sejam parte ativa das diversas atividades eco- nómicas contribuem para essa mesma economia, contribuem para a riqueza de Portugal.
“Esta realidade oferece às marcas oportunidades únicas de se reinventarem e de se posicionarem como agentes de integração, criando soluções que respeitem as especificidades culturais e promovam a inclusão, ao mesmo tempo que reconhecem o papel determinante dos imigrantes no fortalecimento do tecido económico e social do país”
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