GRANDE CONSUMO
“A procura por produtos alimentares desejados pelos segmentos de mercado dos imigrantes tem levado as marcas de retalho alimentar a ampliar as suas gamas de produtos, incluindo ofertas com experiências culturais e gastronómicas distintas e adaptadas a estes novos targets”
Novos padrões de consumo Atentas a esta fenómeno estão empresas e mar - cas, com a Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) a reconhecer, na voz do seu secretário-geral, Ricardo Torres Assunção, que a imigração constitui um elemento vital para o dinamismo económico e social. Portugal – afirma – tem adotado políticas para atrair imigrantes, principalmente devido à ne - cessidade de reforçar a população ativa e estimular a economia. Concordando com a docente do Iscte, considera, além disso, que a diversidade cultural resultante da imigração promove a intercultura - lidade, enriquecendo a gastronomia, a música, a arte, as tradições e, no seu conjunto, toda a socieda - de portuguesa. Promove ainda – diz – a inovação e ajuda a combater o envelhecimento da população, trazendo uma força de trabalho jovem e ativa. E, inevitavelmente, esta crescente diversidade cultural introduzida pela imigração diversifica os padrões de consumo em Portugal. O que o secre- tário-geral da APAN vê de forma positiva. “Novos hábitos e preferências emergem, criando oportunidades para a introdução de produtos e serviços que atendam às necessidades específicas destas comunidades. Esta diver - sidade pode impulsionar a inovação no mercado, levan- do as empresas a adaptarem as suas ofertas para melhor servir uma base de consumidores mais heterogénea” . A visão da Associação Portuguesa dos Profissio - nais de Marketing (APPM), partilhada pelo seu vi - ce-presidente, Tiago Fleming, é coincidente. Desde logo no entender da imigração como um fenómeno transformador com impacto social e económico. “Num país que enfrenta desafios estruturais como o en - velhecimento demográfico, a baixa taxa de natalidade, o forte impacto da emigração e a escassez de mão de obra, os imigrantes desempenham, portanto, um papel vital para o crescimento e a sustentabilidade da economia portuguesa” , argumenta, somando outras razões, nomeadamente o facto de a imigração contribuir para o equilíbrio da força de trabalho, ajudando a preencher lacunas em sectores críticos, entre ou- tros, como a agricultura, a construção, os serviços, o turismo e a tecnologia. Sublinha, ainda, que os imigrantes geram um impacto positivo na susten- tabilidade do sistema de Segurança Social, con - tribuindo diretamente para as finanças públicas através de impostos e da Segurança Social. Além de que, no plano social, a imigração enriquece a diver - sidade cultural, promovendo uma sociedade mais plural e inovadora. “Esta realidade oferece às marcas oportunidades únicas de se reinventarem e de se posi- cionarem como agentes de integração, criando soluções que respeitem as especificidades culturais e promovam a inclusão, ao mesmo tempo que reconhecem o papel de- terminante dos imigrantes no fortalecimento do tecido económico e social do país” , sustenta. “Oportunidades” é aqui a palavra-chave, com Tiago Fleming a evidenciar que as comunidades imigrantes trazem consigo hábitos e preferências
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