GRANDE CONSUMO
“Os nómadas digitais são trabalhadores altamente qualificados, além de 25% ter a sua própria empresa, acabando por contribuir com o seu conhecimento para o desenvolvimento local. A experiência mostrou que, quando bem integrados, os nómadas digitais são uma força de inovação, de desenvolvimento tecnológico e até de atração de população”
de startups , permitindo-lhes aceder a uma taxa de IRS de 20% durante 10 anos. “É fundamental que con- tinuemos a desenvolver políticas de atração de talento in- ternacional para não perdermos o que conquistámos até aqui” , sublinha. O presidente da DNA olha com outras lentes para este cenário: “Portugal nunca trabalhou para rece- ber, integrar e pensar no impacto que este mercado pode ter no país” , critica, embora atribuindo ao anterior Governo o “mérito” de ter criado um visto “muito bom” para nómadas digitais. “Mas nada mais foi fei- to” , lamenta. Ainda assim, há casos de sucesso. Entre eles, des- taca a Digital Nomad Village, na Madeira, “um caso de estudo em todo o mundo” , tal como destaca o tra- balho desenvolvido pelos municípios de Albufeira e do Porto. Na sua opinião, “os Açores perderam uma oportunidade enorme, assim como o Algarve, o Alentejo e boa parte do interior” . E, no entanto, abunda poten- cial no território nacional: todas as regiões, diz, têm particularidades que, “quando bem exploradas, permi- tem atrair este mercado e alterar totalmente a tendência de desertificação” . Justificando, António Dias Martins traz à conver - sa Espanha, onde muitas comunidades nómadas em zonas rurais têm sido chave para o desenvolvimento local, o que “ainda não acontece em Portugal” . E conta a história de Bansko, uma vila montanhosa na Bul - gária, que reverteu a tendência de abandono, sendo hoje uma das zonas que mais cresce no país. “Tudo começou com um espaço de coworking e muito trabalho de atração de nómadas digitais para a região” , recorda.
56
Made with FlippingBook - professional solution for displaying marketing and sales documents online