mercado
N.91
a continuidade e inovação no sector. Neste cenário, a capacidade de resiliência será um fator-chave para a indústria agroalimentar portuguesa, pres- sionada pelas tensões geopolíticas e inflacionárias. Investir na resiliência Indústria esta que, mesmo assim, apresenta poten- cial de crescimento e desenvolvimento, como nota Pedro Queiroz, diretor geral da Federação das In - dústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA). “Um desenvolvimento assente na capacidade produtiva, com recurso a tecnologias modernas, que resulta em produ- tos inovadores, com um design de embalagem moderno e onde a ecoeficiência é uma das bandeiras. Tudo isto a par de alimentos cada vez mais seguros, saudáveis e sus- tentáveis” . O que fazer, então, para resistir aos diversos fa - tores adversos ao crescimento? A diretora executiva do InovCluster, Christelle Domingos, destaca que é fundamental que a indústria invista em resiliência. “Não posso deixar de referir a importância dos clusters enquanto plataforma que permite às empresas enfren - tarem as crises de forma mais resiliente, não só porque facilitam a troca de conhecimento, experiência, recursos e tecnologia, como também porque permitem a inovação
colaborativa e facilitam o diálogo com organismos e enti- dades reguladoras” . Por sua vez, Luís Mira, secretário-geral da Con - federação dos Agricultores de Portugal (CAP), iden - tifica como fundamental o crescimento dos parcei - ros comerciais. “O facto de Espanha, o nosso principal parceiro comercial, absorvendo cerca de 40% das nossas exportações, registar um crescimento económico na or- dem dos 3% poderá constituir um fator importante para a resistência da nossa atividade económica, perante os restantes fatores potencialmente adversos” . Outra pista é-nos dada por Ondina Afonso, que destaca as políticas governamentais, quer as euro- peias, quer as nacionais. Uma faca de dois gumes, contudo, uma vez que, considera a presidente do Clube Produtores Continente, podem servir de in- centivo à sustentabilidade e à inovação, incluindo a digitalização da agricultura e indústria, impul - sionando o sector, ou traduzir-se num aumento ex - cessivo de regulamentações e de burocracia, com o consequente abrandamento do crescimento. Estas ameaças de estagnação encontram-se re - fletidas num relatório recente da FoodDrinkEuro - pe, que revela igualmente o contributo da indústria agroalimentar para o Produto Interno Bruto (PIB)
63
Made with FlippingBook - professional solution for displaying marketing and sales documents online