GRANDE CONSUMO
“O aumento do conhecimento dentro das empresas é fundamental. O envolvimento das pessoas, desde as lideranças ao chão de fábrica, sobre as temáticas da digitalização e da sustentabilidade é fulcral para acelerar estes processos que tornarão as empresas mais preparadas para os cenários de crise, presentes e futuros, que se advinham”
europeu: 289 mil milhões de euros. E que destaca também que os consumidores procuram produtos locais e sustentáveis, criando oportunidades para mercados bem preparados. O futuro do sector depende, assim, de uma adaptação que combine inovação tecnológica com políticas estruturais que apoiem o crescimento sus- tentável. “O aumento do conhecimento dentro das em- presas é fundamental. O envolvimento das pessoas, desde as lideranças ao chão de fábrica, sobre as temáticas da digitalização e da sustentabilidade é fulcral para acelerar estes processos que tornarão as empresas mais prepara- das para os cenários de crise, presentes e futuros, que se advinham” , nota, por sua vez, Deolinda Silva, direto - ra executiva da PortugalFoods. Preparar para cenários adversos Se há algo que os últimos anos mostraram é que a imprevisibilidade é a norma. Crises hídricas, dis- rupções nas cadeias de abastecimento e tensões geopolíticas testaram os limites da resiliência. Como tal, Luís Mira sublinha, por exemplo, a ur - gência de um plano nacional de gestão da água, in - cluindo novas infraestruturas de aprovisionamen- to e distribuição, uma necessidade premente face às alterações climáticas. “Essa é uma iniciativa que o país deve assumir com urgência, uma vez que, para a ins- tabilidade geopolítica internacional e para as mudanças no mercado global, a nossa capacidade de intervenção será limitada” . Por sua vez, Pedro Queiroz alerta para a necessi - dade de modernizar as infraestruturas portuárias, para garantir a segurança do aprovisionamento alimentar e o comércio externo, e de implementar políticas fiscais que favoreçam a competitividade e a equidade, sublinhando o facto de Portugal se destacar pela elevada tributação sobre alimentos e bebidas. “É hora dos decisores políticos colocarem este sector permanentemente na agenda, como estratégico para o país, e não apenas quando as crises surgem” . Para antecipar as crises, a adoção de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, é iden - tificada como uma tendência crucial para o sector agroalimentar. Tal é corroborado por estudos que mostram que a utilização de IA na agricultura pode aumentar a eficiência em até 25%, reduzindo si - multaneamente o uso de água e de fertilizantes. A revolução digital já começou e a sua aplicação na agroindústria promete transformar toda a cadeia de valor. Digitalização Um exemplo dos benefícios que as novas tecnolo- gias trazem para o sector agroalimentar é o uso de sensores para monitorizar a produção em tempo real, identificar desperdícios e otimizar recursos hídricos e energéticos e matérias-primas. “A sua uti- lização não só melhora a produtividade, como também reduz significativamente custos operacionais e permite
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