GRANDE CONSUMO
Num mundo em que as tendências se renovam à velocidade de um clique e os consumidores exigem experiências mais perso- nalizadas e significativas, a inovação emerge como o alicerce essencial para a construção de marcas fortes e relevantes. Já o era e agora ainda mais. O contexto competitivo atual é moldado por dois fatores de- terminantes e que, à partida, parecem conflituantes: a crescente influência da inteligência artificial e a necessidade urgente de estreitar os laços entre marcas e consumidores. Este é o cená - rio que desafia as empresas a repensarem as suas estratégias, rompendo com paradigmas tradicionais e adotando abordagens disruptivas. Historicamente, a inovação sempre foi vista como um dife - rencial competitivo, mas, atualmente, tornou-se um requisito básico de sobrevivência. As marcas que não conseguem inovar correm o risco de se tornarem obsoletas e a inovação já não se li - mita à criação de novos produtos, envolve também a reinvenção de experiências, processos e modelos de negócio. Marcas como a Tesla, a Apple e a Nike são exemplos de como a inovação integrada na identidade da marca pode gerar lealda - de, inspiração e diferenciação; no entanto, para se destacarem num mercado saturado, não basta apenas serem inovadoras. É necessário compreenderem as mudanças culturais, tecnoló - gicas e sociais que moldam as expectativas dos consumidores. A integração de tendências globais, como a sustentabilidade, a inclusão e a personalização, tornou-se essencial para qualquer marca que deseje ser percebida como relevante. Os consumidores modernos já não compram apenas pro - dutos; compram valores e aspiram a conexões emocionais. Eles querem saber que as marcas com as quais se conectam estão comprometidas com causas significativas, como a preservação ambiental, os direitos humanos e a transparência. São vários os estudos que mostram que os consumidores preferem marcas que demonstrem responsabilidade social e ambiental (mais de 70% dos consumidores) e que (também mais de 70%) algumas marcas poderiam desaparecer sem que os consumidores se im- portassem, precisamente as que não possuem conexões emocio - nais. A experiência do consumidor passará a ser a nova moeda de troca no mercado. Os consumidores esperam interações úni - cas e personalizadas e as marcas precisam de recorrer aos dados e à tecnologia para ir ao encontro dessas expectativas. Isso inclui desde o design de experiências omnicanais até à capacidade de prever necessidades futuras. Num mundo hiperconectado, os consumidores procuram autenticidade e emoções reais e, neste campo, a criação de campanhas com cariz emocional será es - sencial para construir conexões profundas e duradouras. A inteligência artificial está a redefinir o panorama do marketing e da inovação, desde algoritmos que personalizam experiências até soluções preditivas para antever tendências de consumo. A IA é uma ferramenta indispensável para mar- cas que ambicionam liderar os seus mercados e, entre os seus principais benefícios, está a personalização em escala. Vejamos o exemplo de plataformas de e-commerce como a Amazon e o Spotify, que utilizam IA para criar experiências únicas e adapta -
opinião Inovação: mais do que nunca, a essência para o futuro JOSÉ BORRALHO Emotional Strategist CEO ConsumerChoice | Product of the Year Portugal
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