Dicionário Enciclopédico de Psicanálise da IPA

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psicanálise. Se alguém examina a linhagem histórica a longo prazo, a contratransferência, sem dúvida, adquiriu um peso específico no contexto dos elementos essenciais do método psicanalítico. Além de a contratransferência potencializar o crescimento e o conhecimento, Gabbard (1995) sustenta que esta tornou-se um terreno comum emergente entre psicanalistas de diferentes escolas. Ele liga isso ao desenvolvimento de dois conceitos-chave, como a identificação projetiva e o enactment contratransferencial (ver IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA e ENACTMENT). Seguindo a longa evolução na história da visão das reações emocionais do analista como instrumento para acessar e afetar o mundo interno do paciente, a discussão recente incluiu o questionamento sobre se e como ampliar o uso ativo e explícito da contratransferência na situação analítica, ou seja, se, em determinadas circunstâncias, se deve revelar a contratransferência ao paciente, com o objetivo de facilitar a compreensão do paciente sobre sua própria experiência (Renick 1999; Gediman 2011; Greenberg 2015). No entanto, até o presente momento não há consenso sobre a utilidade desta técnica de intervenção.

IV. CONCLUSÃO

Começando com o ‘Sonho da Injeção de Irma’ (Freud, 1895), um sonho contratransferencial por excelência, o desenvolvimento do conceito de contratransferência exemplifica a constante interação entre teoria e prática, do trabalho clínico e conceitualização, desde o ‘nascimento da psicanálise’ ao longo de sua evolução. Embora o início da contratransferência tenha sido visto principalmente como um risco para a eficácia clínica do analista, a ‘outra’ tendência de compreensão da contratransferência como sendo resultado de processos inter psíquicos (apenas sugeridos no início) foi tornando-se progressivamente mais explícita nas discussões analíticas das décadas de 1920 e 1930, à medida que a definição de contratransferência foi sendo gradualmente ampliada. Na última década do século XX e o início do século XXI têm se visto um foco adicional nos fenômenos e processos interpsíquicos que ocorrem não só dentro , mas também entre a psique dos dois protagonistas da situação analítica. No entanto, nesse enfoque, tem ocorrido prioridades temáticas diferentes: o nível pré-subjetivo de trocas, as subjetividades interligadas do paciente e analista, as relações de ambos, o campo psíquico entre eles e seus vários canais de troca - reações inconscientes, afeto, emoções, a linguagem, a fisicalidade, comportamento, etc. Como a contratransferência é cada vez mais vista como uma ferramenta para o tratamento, seus potenciais e armadilhas, clinica e teoricamente, continuam a ser de grande interesse para os analistas. Os diferentes aspectos que surgiram ao longo do desenvolvimento do conceito podem ser organizados de acordo com os outros conceitos aos quais se referem e de quais conceitos universais eles emergem: "Contratransferência" referente ao modelo topográfico da mente

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