Dicionário Enciclopédico de Psicanálise da IPA

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ENACTMENT Entrada Tri-Regional

Consultores Inter-regionais: Rosemary Balsam (América do Norte); Roosevelt Cassorla (América Latina); Antonio Pérez-Sánchez (Europa) Co-presidente para a Coordenação: Eva D. Papiasvili (América do Norte) ————— Tradução para o português: João Pedro Bicudo de Azeredo Keating (Sociedade Portuguesa de Psicanálise). Coordenação e edição para a tradução para o português: Maria Cristina Garcia Vasconcellos (Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre)

I. DEFINIÇÕES

O conceito de enactment não tem um lugar estável na teoria psicanalítica. Os usos do termo variam largamente, desde o que é restrito à situação analítica até a um largo espectro de interacções e comportamentos na vida. Após o primeiro uso do termo no título de um artigo de Theodore Jacobs (1986), o enactment foi muitas vezes considerado um conceito norte-americano. No entanto, na literatura psicanalítica Norte-americana não existe um conceito único de enactment . Existe sobretudo um grupo de conceitos, mais ou menos relacionados uns com os outros, mas também bastante diferentes entre si. Os usos do termo que a seguir se mostram, incorporam, combinam e desenvolvem as definições norte-americanas de Akhtar (20009) e Auchincloss e Samberg (20102): • Enactments de Transferência/Contratransferência (p.ex., Jacobs 1986, Hirsch 1998), em que analista e/ou analisando exprimem desejos transferenciais ou contratransferenciais em acção, em vez de reflectir sobre eles e de os interpretar. Este uso do termo foi expandido por McLaughlin (1991), que incluiu “transferências evocativas-coercivas tanto do paciente como do analista”, e ainda mais desenvolvido por Chused (1991, 2003) como “interações simbólicas” com significado inconsciente para ambos os participantes, e que se estende potencialmente para lá da situação analítica. Este fenómeno pode ser visto como uma versão do “acting out” ou “acting in” (Zeligs 1957), estendida aos dois participantes. • A indução de fantasias inconscientes no analista por parte do analisando, de maneira a que o primeiro as vivencie. Esta ideia é próxima da de ‘identificação projectiva’ e/ou de ‘receptividade ao papel’.

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