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elétricas na linha telefônica... da mesma maneira o inconsciente do médico é capaz, a partir dos derivados do inconsciente que lhe são comunicados, de reconstruir esse inconsciente, que determinou as associações livres do paciente.” (pág. 154). Ele retornou a esse tópico em “O Inconsciente” (1915c), “Constitui fato marcante que o Ics de um ser humano possa reagir ao de outro, sem passar através do Cs. Isso merece uma investigação mais detida, principalmente com o fim de descobrir se podemos excluir a atividade pré-consciente do desempenho de um papel nesse caso; descritivamente falando, porém, o fato é incontestável.” (p 222). Posteriormente, Freud deixou de abordar esse tema, mas Sándor Ferenczi introduziu a importância da personalidade do analista para o desenvolvimento da comunicação inconsciente, fundamental para determinar as características idiossincráticas de cada processo psicanalítico. Em seu Diário Clinico (1932), Ferenczi abordou o que chamou de "contratransferência real do analista", isto é, a participação emocional do analista no processo analítico: “O sonho de um paciente, dois dias antes previu uma importante revolução alemã, isto seria de fato uma intuição da minha repulsa contra o sofrimento" (Ferenczi, 1932). Green (2008) considera Ferenczi, dos seus diários, o precursor da psicanálise moderna e Zimerman (2008), em seu Vocabulário de Psicanálise Contemporânea, afirma que Ferenczi considerou a personalidade do analista como instrumento analítico de cura. Tanto Freud como Ferenczi ficaram fascinados com a possibilidade da telepatia. Houve um silêncio sobre essas idéias até que Theodor Reik publicou "Ouvir com o Terceiro Ouvido" (1948). Reik deu um passo significativo para a compreensão da comunicação inconsciente quando escreveu "O analista ouve não apenas o que está nas palavras; ele ouve também o que as palavras não dizem. Ouve com o “terceiro ouvido”, ouvindo não só o que o paciente fala, mas também suas próprias vozes interiores, aquilo que emerge das profundezas de seu próprio inconsciente... O que é falado não é o mais importante. Parece-nos mais importante reconhecer o que a fala esconde e o que o silêncio revela "(ibid, pp. 125-126). Ele acrescentou: “... o plano inconsciente não é apreendido diretamente. O meio [para a compreensão] é o ego, para dentro do qual a outra pessoa é inconscientemente introjetada. Para compreender o outro nós não precisamos nos sentir em sua mente, mas sentir o outro inconscientemente no ego.” e continua: “O que eu afirmei é que esses impulsos inconscientes em uma mente induzem impulsos do mesmo tipo em outra, neste caso, na mente do analista"(ibid, p. 468). No entanto, uma ótima contribuição para a compreensão da comunicação inconsciente ocorreu na revelação do mecanismo de identificação projetiva descrito por Klein em 1946. Inicialmente concebido como uma fantasia do paciente, o conceito foi desenvolvido por vários autores: Bion, Heimann, Racker e outros. Nesta fantasia, o paciente coloca na mente do analista, temporariamente, algo que não é tolerado dentro de si, libertando-se desse aspecto de sua personalidade. Embora o efeito seja temporário, o paciente pode livrar-se não apenas do conteúdo, mas também de toda uma parte de si mesmo, resultando em empobrecimento, num esvaziamento de sua própria mente. Em "Attacks on Linking" (1959), Bion desenvolveu o conceito em seu aspecto comunicativo entre analista e paciente. Um processo de interação entre as duas psiques acontece: uma intenção do analisando de produzir um efeito na psique do analista. Em "O
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