Dicionário Enciclopédico de Psicanálise da IPA

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Segurança do Apego Infantil e Desenvolvimento Representacional, descobriram que as primeiras representações negativas dos pais e do self são levadas adiante ao longo do desenvolvimento, e são provavelmente transmitidos intergeracionalmente. Ellman (2008, citando Freud, 1915c) observou que as representações precoces são codificadas como representação de coisa sem valor simbólico. As atividades são primeiramente associadas a valores denotativos, em oposição a conotativos (Cassirer, 1953; Langer, 1948). Embora não simbolizadas, as representações de coisa podem atuar como motivadores básicos para respostas conflitivas complexas. Elas fazem, neste sistema teórico, parte da razão para as repetições geralmente embutidas em formações de compromisso. Em outra perspectiva, Weinstein (2007) vê os efeitos duradouros da relação de apego não na criação de modelos de self-com-o-outro (Fonagy and Target, 2002), mas deixando sua marca nos sistemas de autorregulamentação neurobiológica do bebê para o estresse e para o desenvolvimento da atenção; a relação de apego também mudará os pontos chave para a experiência de prazer e desprazer. “Se a relação de apego é restaurada na memória ao longo da infância, formando a matéria-prima sobre a qual as mais fantásticas das construções da sexualidade infantil são baseadas, assim também poderá ser em alguma medida alterada pelo aumento das capacidades cognitivas e deslocamento das excitações zonais. As… narrativas sobre o self irão impactar ainda mais as experiências de prazer/desprazer, bem como alterar a experiência das figuras originais de apego” (Weinstein, 2008, p. 181). Tal teoria, juntamente com a interpretação psicanalítica de Shevrin (2002) dos estudos neurocientíficos de Fabiani, Stadler, Wessels (2000) sobre "memórias verídicas", que deixam "assinaturas sensoriais", são consistentes com o achado clínico que, os mais precoces, pré- simbólicos, acontecimentos/experiências de vida podem ser simbolizados através do trabalho (re)construtivo da psicanálise, através do ritmo da linguagem, sonhos, fantasias, enactments transferenciais especialmente relevantes para pacientes com sintomatologia pós-traumática (Mancia, 2006; Papiasvili, 2014; 2015). IV. Ab. Correlatos Biológicos dos Transtornos de Ansiedade, Pânico e Fobias; e Transtorno da Personalidade Limítrofe Estudos que procuram integrar as visões psicanalítica e neurobiológica dos transtornos de pânico e fobias têm focado no mapeamento de vias neuroanatômicas envolvidas no paradigma da aprendizagem (e desaprendizagem) subliminar, baseado no condicionamento clássico, que pode ser psicanaliticamente traduzido como uma "transformação da ansiedade traumática em ansiedade sinal". Conflitos dinâmicos subjacentes em torno da separação, desamparo psíquico, agressão, enfrentamento/esquiva, luta/fuga e seus correlatos neurobiológicos (irregularidades no funcionamento da amígdala e do córtex Orbitofrontal/Préfrontal) foram rastreados em tempo real com a ajuda de tecnologia de neuroimagem. Alexander, Feigelson e Gorman (2005) postularam que especialmente a interação entre a amígdala e hipocampo foi implicada como “um locus de memórias inconscientes do medo que Freud descreveu...” (p.140). Eles se referem à continuidade entre

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