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interior, uma marca da perspectiva psicanalítica. A pergunta inicialmente levantada por Freud, sobre por que as interpretações acionam insight e mudança em alguns pacientes e em outros não, e ainda por que esta resposta, qualitativamente diferente à situação clássica, não necessariamente coincide com as distinções diagnósticas psiquiátricas tradicionais ou mesmo contemporâneas, tem continuado a estimular investigações teóricas. Da primeira formulação em termos de um "déficit" inicial na provisão de necessidades básicas, o interesse se ramificou em um intenso estudo dos diferentes passos no desenvolvimento da capacidade de representar e simbolizar, recuperar e expandir o funcionamento simbólico inconsciente e, portanto, na capacidade de carregar sem ansiedade a íntima e idiossincrática luxúria do material inconsciente. Reversibilidade-Permeabilidade: Muitas escolas de pensamento hoje enfatizam o enriquecimento criativo para a vida humana permitido pela permeabilidade bidirecional entre as diferentes partes da mente. A saúde psíquica parece estar associada à capacidade de acesso flexível a múltiplos níveis coexistentes de organização e processamento psíquico inconsciente. Alguns modelos elaboraram ideias paralelas sobre a necessária fluidez psíquica e a capacidade para regressão do analista como ferramentas para o trabalho psicanalítico. Perspectivas de campo: A intersubjetividade e interdependência fundamental do desenvolvimento humano têm levado muitos analistas a tratar o campo “dinâmico bi-pessoal” entre analista e paciente como um encontro onde novas elaborações/extensões, e não simples repetições das questões inconscientes individuais de cada parceiro da dupla, podem emergir, e para as quais a presença e a mente do analista contribuem significativamente. Esse pensamento se encaixa com as experiências clínicas e convicção de muitos pensadores que há um potencial ao longo da vida para expressões mais inventivas e criativas de conteúdos psíquicos anteriormente excluídos ou não integrados. Questões narcísicas e de identidade no equilíbrio psíquico: Muitos autores aprofundaram a compreensão dos aspectos saudáveis e patológicos do narcisismo, no desenvolvimento psíquico e separação intrapsíquica dos objetos internos, mas também como um processo de individuação ao longo da vida, e de luta para manter a autocoesão. Inconsciente de Grupo: Como visto em contextos clínicos, institucionais e macrossociais, o potencial do grupo , tanto destrutivo como criativo, irracional, regressivo, animador e regenerador de conteúdos e processos inconscientes é inesgotável. Os analistas contemporâneos continuam a expansão teórica iniciada por Freud sobre os processos inconscientes, TRATANDO DE SUJEITOS INDIVIDUAIS, como parte de suas configurações internas diádicas e triádicas, interações sociais, e afiliações de grupo. O criativo florescer de múltiplas sobreposições conceituais, interagindo lado-a-lado com disparidades e contradições, dentro e entre as teorias individuais e dentro e através das três regiões refletem possivelmente as ambiguidades enlouquecedoras e inspiradoras e os paradoxos da essência do objeto, o próprio inconsciente.
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