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no original em inglês. No Brasil esta escola é denominada escola relacional americana), eles enfatizam mais a separação do paciente e do analista como coparticipantes do processo. Tanto Stern quanto Bromberg também colocam uma grande ênfase no que realmente está acontecendo entre paciente e analista e veem a exploração dessas interações de realidade e seus possíveis significados (ou seja, o processamento das identificações projetivas) como o coração do processo analítico. II. C. Contribuições e Desenvolvimentos Latino-Americanos As ideias de M. Klein tiveram uma grande aceitação na Argentina nas décadas de 1950 e 1960 e, de lá, se espalharam na América Latina, onde o desenvolvimento continuou. Elas foram usadas de uma forma criativa, gerando novos pontos de vista que enriqueceram as ideias originais de M. Klein e seus seguidores. Contribuições de Heinrich Racker (1910-1961), Willy e Madeleine Baranger, Leon Grinberg, Enrique Pichon Riviere, Arminda Aberastury, José Bleger, Angel Garma, Marie Langer, podem ser consideradas as principais contribuições originais Latino-Americanas no campo da identificação projetiva. Como a identificação projetiva é geralmente o único meio para os pacientes comunicarem conteúdos mentais que são muito dolorosos para serem articulados, o acolhimento e compreensão das projeções do paciente é uma ferramenta por excelência no trabalho com casos difíceis. O analista argentino Heinrich Racker, em seu trabalho fundamental sobre a contratransferência, descreveu identificações concordantes e complementares como partes intrínsecas da relação terapêutica. Em uma identificação concordante , o (a) analista usa aspectos seus para encontrar uma maneira de compreender os caminhos e significados dos conflitos internos do paciente, um processo muitas vezes referido como empatia. Simultaneamente, a tentativa do (a) analista de compreender suas identificações complementares inconscientes vai permitir que ele/ela descubra qual objeto interno do paciente ele/ela está representando na transferência, no aqui e agora da sessão analítica, muitas vezes um que foi repudiado e projetado na forma de identificação projetiva. (Racker, 1953, 1957.) Dentro dessa visão ampliada, a contratransferência como informada pela identificação projetiva torna-se uma ferramenta indispensável pela qual o analista é capaz de entender mais do mundo objetal do paciente. O analista pode então usar essa experiência para ajudar a processar e devolver uma forma modificada da projeção muito parecida com a que uma mãe faz com seu bebê. Bion descreve esse processo como ajudar o paciente a desenvolver a capacidade de função alfa, ou seja, pensar (ver CONTRATRANSFERÊNCIA). Para Racker, identificações complementares envolvem necessariamente o paciente ativar aspectos do inconsciente do analista. Seu colega argentino, Leon Grinberg (1956, 1979) desenvolveu o conceito de “contra-identificação projetiva" para descrever encontros clínicos com o objetivo de definir "... uma série de perturbações introduzidas na técnica psicanalítica por conta do
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