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situação analítica que facilite o emergir de conflitos e defesas inconscientes da forma mais clara possível, e interpretar esse material inconsciente para o paciente a fim de ajudá-lo a alcançar formações de compromisso mais adaptadas (Abend 2005, 2007; Arlow, 1963; Brenner, 1982, 2002; Druck et al, 2011; Ellman et al 1998). Inicialmente a Psicologia do Ego foi intimamente associada à Anna Freud, Heinz Hartmann e seus colaboradores Ernst Kris, David Rapaport, Erik Erikson e Rudolf Lowenstein. Muitos outros fizeram contribuições importantes e seu impacto técnico influenciou o desenvolvimento posterior da teoria. Estes incluem R. Waelder, O. Fenichel, E. Jacobson, M. Mahler, H. Nunberg, J. Arlow, C. Brenner, L. Rangell, H. Blum e outros. Jacob Arlow (1987) resume o imenso interesse dos psicólogos do ego pelo conflito e parafraseando as observações de Anna Freud, Ernst Kris (1950) e Heinz Hartmannn (1939), escreveu: “A psicanálise pode ser definida como a natureza humana vista desde o ponto de vista de conflito” (p.70). Em sua revisão da Psicologia do Ego e da Teoria Estrutural Contemporânea, Blum (1998) observou que a Psicologia do Ego era “um nome inapropriado para uma teoria estrutural porque não existe, de fato, uma ‘psicologia do ego’ literal e encapsulada...” (Blum, 1998, p. 31). A psicologia do ego, reagindo contra a psicologia do Id, dava mais importância para a superfície psíquica, pois a considerava uma derivação e um indicativo dos conflitos inconscientes mais profundos. Isso foi associado com um renovado interesse no pré-consciente e no conteúdo manifesto das fantasias, sonhos e lembranças encobridoras. A interpretação foi considerada um processo ordenado sequencialmente. A sequência interpretativa desde a superfície até a profundidade e ‘a defesa antes do conteúdo’, destacando a resistência das comunicações dos pacientes, apresentou um incremento na análise extensa no pós Segunda Guerra Mundial. O fundamento teórico mais importante da teoria estrutural foi considerar o aparato psíquico desde o ponto de vista do conflito entre id, ego e superego, com o ego mediando essas duas instâncias com a realidade e, gradualmente, incorporando considerações genéticas, desenvolvimentistas e adaptativas. III. Ba. Anna Freud Anna Freud elaborou os processos de defesa presentes na gênese do conflito. Enquanto em 1926 estava claro que o conflito tinha duas dimensões – conteúdo defendido e processos de defesa – Freud se concentrou relativamente mais nos conteúdos defendidos. Anna Freud, em seu seminário, “O ego e os Mecanismos de Defesa”, elevou os processos de defesa a um status equivalente ao dos conteúdos defendidos na gênese do conflito (Freud, A., 1936). III. Bb. Hartmann, Kris, Rapaport e Erikson Hartmann (1939, 1950), ao escrever sobre os problemas da adaptação e sobre a psicanálise como sendo uma psicologia geral, incluiu os conceitos de autonomia primária e secundária e esferas (relativamente) livres do conflito dentro do ego, bem como o conflito intra- sistêmico entre várias das funções do ego. Juntamente com Kris, Rapaport e Erikson, Hartmann elaborou sobre a ampliação das funções do Ego, incluindo o funcionamento sintético e
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