Dicionário Enciclopédico de Psicanálise da IPA

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aspecto defensivo? Qual é o aspecto do superego?” (Brenner, em: Richards, Willick, 1986, p. 40). Rangell, com base no Princípio da Sobredeterminação de Freud, e no Princípio da Função Múltipla, de Waelder, recoloca a versão contemporânea do conflito, alinhada com as ampliadas noções de conflito e formação de compromisso de Brenner e Arlow, como o Princípio da Intercambialidade dos Elementos Psíquicos: Os elementos psíquicos estão envolvidos em uma interação conflituosa entre si e são sintetizados de maneira sobredeterminada em novos produtos psíquicos, que logo participam de forma secundária da atividade do conflito. O dinamismo complementar da síntese é a análise, que disseca os resultados psíquicos em seus componentes originais, enquanto traça caminhos regressivos para chegar até as raízes do conflito. Na vida, os componentes do conflito se fundem em um resultado psíquico, que é frequentemente um estado cognitivo-emocional agregado, que contém sintomas primários e secundários sobrepostos à organização da personalidade previamente alcançada (Rangell, 1983; Papiasvili, 1995). Rangell formula os aspectos criativos e integrativos da análise da defesa: “O caminho para a integração saudável na análise é a diferenciação e reintegração, mediante a desestratificação dos agregados clínicos e sua ressíntese em totalidades adaptativas mais estáveis...” (Rangell, 1983, pp. 161) Essa abordagem é ampliada e refinada por Gray (1994), em sua análise por ‘atenção próxima ao processo’ dos aspectos defensivos da transferência. Rangell (1963, 1967, 1985), retomou a questão da angústia sinal versus o afeto como um desencadeante da defesa em uma sequência de conflito. Ele estudou os processos microscópicos do antes, durante e após o surgimento da defesa, precedendo qualquer resultado psíquico, e concluiu que, independentemente da natureza do desprazer envolvido no conflito, o sinal imediato para o uso da defesa é a angústia. Ele descreve um “processo intrapsíquico” , como uma sequência cognitiva-afetiva inconsciente de impulso-angústia-defesa-resultado psíquico que, enquanto mantém a angústia, atua como um desencadeante e motivo de defesa por trás de todos os outros estados de desprazer. A angústia se deve ao desprazer que oprime o ego. Rangell supõe que existe dentro do ego uma função inconsciente de tomada de decisão, que em última análise molda o resultado psíquico específico. Por meio da interação com o self e representações do objeto, ocorrem ações experimentais intrapsíquicas, que representam um conflito de escolha intrasistêmico dentro do ego. Os objetos são avaliados com a intenção de descarga. O self é avaliado por um sentimento de angústia sinalizando perigo ou segurança e domínio. A ubíqua atividade de fundo, descrita por Rangell (1963) como uma série contínua de conflitos microscópicos e ações experimentais internas, pode ser estudada do ponto de vista da fantasia inconsciente. Arlow coloca a fantasia inconsciente e o seu funcionamento no centro da investigação do conflito intrapsíquico. Enquanto Freud via a fantasia inconsciente como um derivado do desejo inconsciente, Arlow a vê como uma formação de compromisso que contém todos os componentes do conflito estrutural. Assim como Rangell enfatizou o caráter contínuo e onipresente dos processos microscópicos do conflito e ações experimentais, Arlow (1969) enfatiza a permanente influência que as fantasias inconscientes têm em cada aspecto do funcionamento de um indivíduo, incluindo as esferas relativamente livres de conflito. Na sua

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