Retornar ao sumário
Crescia, em todos os continentes, a influência das teorias da Relação de Objeto britânica de Klein, Bion e Winnicott, as perspectivas francesas Lacaniana e não Lacaniana, a síntese de Freud com todos os acima citados, no trabalho dos autores latino americanos, e a emergência da psicologia do Self , de Kohut, bem como as perspectivas relacional e intersubjetiva, junto com o nascimento dos estudos sobre a infância e os avanços da neurociência moderna, coincidindo com um alcance cada vez maior da prática clínica psicanalítica, o que enriqueceu em várias direções o pensamento psicanalítico a respeito do conflito. Houve uma mudança desde o enfoque inicial no conflito edípico, para novas formulações de conflitos (pré-edípicos), envolvendo os processos identificatórios-projetivos e introjetivos - do desenvolvimento dos primeiros anos - das relações de objeto internalizadas da díade, angústia de separação, perda do objeto, perda do amor do objeto, perda de identidade e perda da realidade, com as etapas iniciais correspondentes da construção da estrutura psíquica por meio de representação e simbolização. Controvérsias antigas (e conflitos) sobre a importância do trauma vs. conflito inconsciente, juntamente com a polarização da fantasia vs. realidade, legado biológico e constitucional vs. ambiente, e conflito vs. déficit, foram reexaminados e gradualmente reintegrados na versão contemporânea de um paradigma complexo das ‘séries complementares’. O novo paradigma é exemplificado mediante tendências convergentes dentro dos modelos pós-freudianos, pós-kleinianos, pós-bionianos, bem como modelos sintéticos que tentam integrar níveis pré-edípicos e edípicos de organização, relacionados ao conflito e ao desenvolvimento neurobiológico. Esta maior apreciação da pluralidade teórica e perplexidade a respeito do conflito tem sido proveitosa para o pensamento e prática psicanalíticos. A neurociência moderna confirma que a maior parte da nossa atividade mental é inconsciente, e que a vida mental está repleta de conflitos. Contra todos prognósticos contrários, a psicanálise continua proporcionando uma compreensão profunda a respeito da mente humana, com seus conflitos fundamentais (reconhecidos explícita oi implicitamente, no centro do palco ou nos bastidores).
REFERÊNCIAS
Abadi, M (1977): Renacimiento de Edipo , Buenos Aires: Trieb. Abend S. M. (2005). Analyzing Intrapsychic Conflict. Compromise Formation as an Operating Organizing Principle. Psychoanal Q 74: 5-25. Abend, SM (2007). Therapeutic Action in Modern Conflict Theory. Psychoanalytic Q . 76S: 1417-1442. Akhtar, S (2009). Comprehensive Dictionary of Psychoanalysis. London: Karnac.
55
Made with FlippingBook - Online catalogs