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Empreendedorismo feminino na América Latina:

fechando a brecha com decisões de crédito mais inteligentes

O papel dos credores para apoiar empresas comandadas por mulheres A América Latina frequentemente é considerada uma das regiões no mundo com maior potencial para inovação financeira. Já vimos essa tendência começar a se desenrolar nos últimos anos com o surgimento de inúmeras fintechs, especialmente em países como Brasil e México, que estão abrindo caminho para outros mercados na região. Entretanto, a América Latina enfrenta desafios culturais arraigados enquanto se moderniza e se torna mais inclusiva financeiramente. Para evitar uma regressão dos progressos recentes e garantir que as mulheres desempenhem um papel ativo na recuperação econômica, esta questão deve ser enfrentada. Há uma oportunidade de mitigar essa brecha de gênero com o apoio de bancos e credores. Ao impulsionar tecnologias como dados alternativos e machine learning, instituições financeiras podem ajudar empresas comandadas por mulheres através de uma análise mais abrangente de comportamentos além dos pontos de dados tradicionais para avaliar seu verdadeiro potencial como clientes. Isso, por sua vez, oferece maiores oportunidades de crédito a empreendedoras ao simplificar processos de empréstimo, incluindo avaliação rápida e precisa do risco de crédito.

Neste sentido, bancos e instituições financeiras devem começar a adotar estratégias e tecnologias com consciência de gênero ao reexaminar condições de mercado para determinar os serviços financeiros exigidos pelas mulheres. O empreendedorismo deve ser incentivado nas empresas comandadas por mulheres e desenvolvido sistematicamente dentro das instituições financeiras. Ao construir uma economia de investidores para empreendedoras, as organizações podem enfrentar brechas persistentes de financiamento de uma melhor forma. Empreendedorismo feminino na América Latina e oportunidades de crédito A desigualdade de gênero é um obstáculo significativo para as sociedades latino- americanas, pois evita o surgimento de ideias e empresas novas e potencialmente inovadoras. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 54 por cento das mulheres têm de usar as próprias economias para iniciar um projeto, já que apenas 15% conseguem abrir suas empresas com o apoio de um banco privado. A entidade declara que medo de fracasso, responsabilidades no lar e falta de motivação estão entre as principais barreiras para mulheres que querem abrir uma empresa. Além disso, elas tendem a ter menos bens em seu nome do que os homens,

nomeada CEO no Brasil da Nubank, a maior fintech da América Latina. Ela cofundou a empresa em 2013 por estar insatisfeita com as altas taxas de juros e o atendimento de grandes bancos brasileiros. Atualmente, a fintech conta com mais de 34 milhões de clientes, após triplicar seu número de usuários em menos de dois anos. Estimativas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) indicam que a maior inclusão de mulheres no mercado de trabalho, com salários iguais e maior acesso a financiamento, pode aumentar o tamanho da economia em até 22% e daria ao sistema bancário maior estabilidade. Plataformas bancárias especializadas em fornecer treinamento financeiro e produtos que funcionem para as mulheres comprovadamente são modelos de negócio bem-sucedidos em ajudar a concretizar os sonhos de empreendedorismo das mulheres, que têm uma influência ampla e demonstrável na sociedade em muitos casos. Com os insights oferecidos por especialistas no tópico na região, uma abordagem aprimorada para que credores apoiem mulheres em suas empreitadas é detalhada à medida que o papel desempenhado por eles para ajudar mulheres na América Latina através da tecnologia continua sendo explorado.

o que torna mais difícil provar aos bancos sua capacidade de pagar empréstimos. Muitas latino-americanas frequentemente são sujeitas a um ambiente onde ouvem que não conseguirão seguir em frente por conta própria e estão proibidas de tomar qualquer decisão econômica. O mais recente relatório “Mulheres, Empresas e o Direito” do Banco Mundial afirma que as mulheres na região frequentemente enfrentam leis discriminatórias, embora tenha havido progresso, e ainda se deparam com desafios em vários casos. A pesquisa concluiu que, em 16 países na região, as mulheres são proibidas de realizar os mesmos trabalhos que homens. Isso ocorre em Belize, por exemplo, onde elas não podem trabalhar à noite em fábricas, ou na Colômbia, onde são impedidas de realizar atividades consideradas perigosas. Atingir um nível de inclusão financeira que aborde as barreiras existentes e resulte em mudança substancial é o caminho para que mulheres na região tenham acesso a oportunidades diversificadas de negócios e serviços. No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Sebrae indicou que o número de mulheres que decidiram abrir o próprio negócio disparou 124% entre 2014 e 2019. Um dos exemplos recentes mais significativos de uma empreendedora bem-sucedida na região é Cristina Junqueira, cofundadora e recém-

Violeta Villar Liste: Capital Financiero – Panamá

Os números apontam para a desigualdade quando se trata de financiamento e mulheres: “Na América Latina e Caribe (ALC), de acordo com o Banco Mundial, apenas 49% das mulheres têm uma conta em banco, 11% poupam e 10% têm crédito.” Estes dados foram apresentados no 14º Encontro da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe em 2019 e têm sido exacerbados pela pandemia. Alicia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), reconheceu que a queda de 9,1% no Produto Interno Bruto (PIB) da região mostra a precariedade do emprego e que as mulheres são as mais afetadas, por representarem 56% do emprego informal.

Na verdade, a pandemia representa um retrocesso de mais de 10 anos na participação das mulheres no mercado de trabalho. É importante acrescentar que “elas trabalham até o dobro

49% das mulheres têm uma conta em banco

11% das mulheres poupam

10% das mulheres têm crédito

Fazer uma avaliação diferenciada de empresas comandadas por mulheres para oferecer melhores alternativas de crédito a elas seria uma resposta para a reativação da economia. “Estudos indicam que haveria um crescimento de 26% no PIB se as mulheres tivessem permissão para entrar na economia e barreiras fossem rompidas”, como financiamento.

ou triplo em casa e isso também se deve à suspensão das aulas, que aumenta ainda mais o fardo das mulheres”. Além disso, “os custos com saúde foram transferidos para as famílias e o fornecimento insuficiente, ou a fragmentação, dos serviços de saúde multiplicou a dedicação das mulheres a cuidar”. María Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres, explicou em fóruns diferentes que as mulheres são marcadas por estereótipos, como ser mães. Esta realidade evita que elas tenham acesso igual, em uma proporção 70% / 30% a favor dos homens. A realidade é que 96% das mulheres têm tudo em ordem e têm seus créditos em dia. “Investir no gênero é um bom negócio”, ela afirma. A Corporação Financeira Internacional (IFC) estima que, no mundo inteiro, há uma brecha de US$ 287 bilhões para financiamento de empresas formais de pequeno e médio porte pertencentes a mulheres e que a América Latina é a região com a maior brecha: US$ 85,638 bilhões.

Martha Violante: Entrepreneur.com – México

Segundo dados da CEPAL, de 2014 a 2019 as mexicanas aumentaram sua participação em financiamentos em 14,4%, mas ainda existe uma brecha considerável de gênero, especialmente devido ao impacto da pandemia sobre as PMEs. O tamanho do potencial mercado de empréstimos a PMEs no México está estimado em mais de US$ 100 bilhões (McKinsey Global Institute). Entretanto, o mercado atual está abaixo de US$ 45 bilhões. Cada vez mais mulheres estão participando em negócios de alto impacto ou em tecnologia, mas, no geral, elas continuam focando em modelos tradicionais e locais (cozinhas econômicas, comércio). Isso se deve a circunstâncias psicossociais (como a educação tradicional na região) e à falta de mais fundos de investimento focados em mulheres. É necessário observar que um fenômeno ressaltado nos últimos meses devido à pandemia é o das “nenis”, microempresas que vendem pelas redes sociais. Segundo a UNAM, essas vendedoras geram 9 milhões de pesos por dia no país.

hackathons, incubadoras e redes de suporte, mas um esforço mais concentrado em educação é necessário para ter mais presença em áreas STEM e ter mais empreendedoras em tecnologia. Para isso, é essencial estabelecer mais e melhores redes de mentoria. As mulheres tendem a ser melhores pagadoras de crédito (de acordo com a ASEM), mas tendem a pedir menos porque são menos abertas a risco do que os homens. No país, das 100 empreendedoras

que solicitam crédito, 99 o liquidam. Entretanto, 70% das PMEs lideradas por mulheres não receberam esses empréstimos.

70% das PMEs lideradas por mulheres não receberam esses empréstimos.

Há muitas iniciativas para impulsionar empreendedores, como aceleradoras,

A igualdade será atingida quando entendermos que mulheres e homens enfrentam expectativas diferentes e, portanto, elas precisam de instrumentos especializados. De acordo com o estudo “She is the Business” do HSBC: • As mulheres recebem 5% menos capital do que os empreendedores. • A maior preocupação das empreendedoras ao obter investimento é sofrer rejeição por serem mulheres. O segundo maior medo é um plano de negócio inadequado. • A discriminação pode ser evitada com a ajuda de investidores por meio de revisões periódicas de suas opções de investimento e da criação de grupos de investidores mistos. • As empreendedoras acreditam que ter acesso a redes de negócio pode ajudá-las a facilitar relacionamentos e conexões para expandir suas empresas. • Empreendedoras gostariam de ter maior clareza sobre os critérios específicos de investimento a serem incluídos no envio de propostas e maior transparência ao longo do processo de investimento.

Solange Calvo: Noomis Febraban – Brasil

O acesso a crédito é, sem dúvida, um dos maiores pontos fracos do mercado empreendedor brasileiro e isso afeta as mulheres mais do que os homens. As dificuldades começam nas comunicações com o gerente do banco ou o profissional responsável por análise e concessão de crédito. Segundo declarações de empreendedoras em várias matérias na imprensa, a abordagem neste contexto normalmente inclui perguntas sobre estado civil, se têm filhos, idade dos filhos, se são responsáveis por gerenciar a casa, se alguém cuida das crianças enquanto elas trabalham – perguntas que não costumam ser feitas aos homens ao solicitar crédito. Isso acontece porque as mulheres

têm um “turno duplo”, mas também o dobro de capacidade de suportar esse desafio. Não há dúvida que essa dupla jornada afeta as empresas lideradas por mulheres. Uma pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora (RME) e pelo Instituto Locomotiva para empreendedoras durante a pandemia confirmou isso, revelando que 80% do trabalho doméstico ainda é de responsabilidade das mulheres. Elas frequentemente sofreram queda nos ganhos de suas empresas em uma posição difícil, além dos filhos e casa e das tarefas domésticas, e tudo isso tem impacto sobre os negócios. A mesma pesquisa demonstra que a crise interrompeu as atividades para 39% das empresas que elas comandam. Outras 47% conseguiram seguir em frente, mas lutam para se manter de portas abertas. Se tivessem

47% Outras 47% conseguiram seguir em frente, mas lutam para se manter de portas abertas

80% do trabalho doméstico ainda é de responsabilidade das mulheres

39% a crise interrompeu as atividades para 39% das empresas que elas comandam

acesso a crédito, muitas teriam conseguido salvar seus negócios. Quando há a necessidade de criar linhas especiais de crédito para mulheres, é porque existem, de fato, restrições à concessão de crédito a elas. A situação é discriminatória, mas o mercado está começando a abrir oportunidades, como a oferecida recentemente pelo Banco da Mulher Paranaense. A instituição Fomento Paraná lançou o programa Banco da Mulher Paranaense, com o intuito de estimular o empreendedorismo feminino no estado, com menores taxas de juros. O crédito pode ser acessado por empreitadas industriais, comerciais ou de serviço que tenham participação de mulheres como proprietárias ou sócias. É um passo positivo, mas precisamos de mais – sentar à mesa de negociação para obter crédito com uma real igualdade de gêneros.

Encerramento À medida que a “revolução das fintechs” continua se disseminando pela América Latina com o crescente uso de internet e smartphones, haverá mais opções para as mulheres receberem crédito onde antes não teriam conseguido. Desta forma, a tecnologia é uma catalisadora da inclusão financeira, especialmente para quem tem sido historicamente excluído da economia. Considerando o tamanho do setor de PMEs na região, empreendedores nesta vertical têm o potencial de se beneficiar mais de tecnologias modernas, e as instituições podem apoiar empreendedoras em particular, pois elas podem contribuir significativamente à sociedade com novas ideias e inovações se tiverem a oportunidade, como tem sido visto em muitos casos. Ao adotar tecnologias em para tomada de decisões de risco como a Cloud Suite da Provenir, instituições financeiras e credores podem avaliar de forma rápida e precisa o risco de crédito para empréstimos pessoais e empresariais e estabelecer critérios específicos para avaliar de forma mais adequada o potencial das mulheres para receber crédito.

que tem continuado a ganhar impulso e desempenhará um papel essencial na concessão de crédito a quem tradicionalmente não teria sido considerado com potencial para tal. À medida que big data e machine learning continuam avançando, será cada vez mais simples e confiável tomar decisões de risco com os insights adequados. A penetrabilidade da tecnologia no ambiente corporativo atual aumenta consideravelmente a capacidade das empresas de impulsionar novos fluxos de dados para melhorar o desempenho e os resultados organizacionais. As tecnologias SaaS de código aberto e nativas em nuvem da Provenir facilitam elaborar, implantar e iterar rapidamente fluxos de tomadas de decisões sobre riscos. A Provenir acelera a velocidade da tomada de decisões com um mercado de dados globais para integração uniformizada de dados, análises e insights em tempo real e modelos sofisticados de IA e machine learning .

O uso de dados alternativos para avaliar o risco de crédito é uma tendência

Os possíveis benefícios à sociedade do aumento da inclusão e de oportunidades para mulheres são claros. Agora, cabe às instituições adotarem a tecnologia certa para apoiá- las e permitir mais inovações e oportunidades de negócio, modernizar o cenário de empréstimos e fechar a brecha de gênero na América Latina. Quer saber mais sobre como a solução nativa em nuvem de dados, decisões e analytics da Provenir pode lhe ajudar a aproveitar esta oportunidade de mercado? Visite nosso site: www.provenir.com/possibilities.

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