Solange Calvo: Noomis Febraban – Brasil
O acesso a crédito é, sem dúvida, um dos maiores pontos fracos do mercado empreendedor brasileiro e isso afeta as mulheres mais do que os homens. As dificuldades começam nas comunicações com o gerente do banco ou o profissional responsável por análise e concessão de crédito. Segundo declarações de empreendedoras em várias matérias na imprensa, a abordagem neste contexto normalmente inclui perguntas sobre estado civil, se têm filhos, idade dos filhos, se são responsáveis por gerenciar a casa, se alguém cuida das crianças enquanto elas trabalham – perguntas que não costumam ser feitas aos homens ao solicitar crédito. Isso acontece porque as mulheres
têm um “turno duplo”, mas também o dobro de capacidade de suportar esse desafio. Não há dúvida que essa dupla jornada afeta as empresas lideradas por mulheres. Uma pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora (RME) e pelo Instituto Locomotiva para empreendedoras durante a pandemia confirmou isso, revelando que 80% do trabalho doméstico ainda é de responsabilidade das mulheres. Elas frequentemente sofreram queda nos ganhos de suas empresas em uma posição difícil, além dos filhos e casa e das tarefas domésticas, e tudo isso tem impacto sobre os negócios. A mesma pesquisa demonstra que a crise interrompeu as atividades para 39% das empresas que elas comandam. Outras 47% conseguiram seguir em frente, mas lutam para se manter de portas abertas. Se tivessem
47% Outras 47% conseguiram seguir em frente, mas lutam para se manter de portas abertas
80% do trabalho doméstico ainda é de responsabilidade das mulheres
39% a crise interrompeu as atividades para 39% das empresas que elas comandam
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