GRANDE CONSUMO
bebidas Quatro décadas de inovação na enologia portuguesa texto BÁRBARA SOUSA fotografia SARA MATOS
Domingos Soares Franco é uma verdadeira lenda viva da enologia em Portugal. Com 40 vindimas e 39 anos dedicados à José Maria da Fonseca, a histórica empresa familiar, não apenas assistiu, mas foi um dos protagonistas da revolução do vinho português nas últimas décadas. Olhando para trás, descreve esses 40 anos como se tivessem passado num pis- car de olhos: “parecem quatro dias” . Essa sensação é comum entre aqueles que vivem intensamente a sua paixão e missão e, para o enólogo, o tempo foi preenchido por uma profunda dedicação, desafios, aprendizagens e, sobretudo, amor pelo vinho. Fala com emoção das suas primeiras memórias ligadas ao vinho, enquanto recorda o tio e padri- nho, António, em momentos de trabalho árduo nas vinhas. “Há uma imagem que tenho dele, numa vinha, com a cabeça baixa, a trabalhar sob um sol escaldante de verão, a ver planta a planta, para entender porque as vinhas não cresciam. A vinha foi arrancada porque esta - va, na altura, numa zona onde a terra era pobre. Era im - pressionante” , reflete Domingos Soares Franco. Uma metáfora do esforço constante necessário para transformar terra e uva em algo único. Essa ligação familiar e o contacto direto com a vinha, desde pe- queno, foram a base para a sua futura carreira. Na sua juventude, teve a oportunidade e o desa- fio de estudar enologia fora de Portugal, algo pouco
Domingos Soares Franco, enólogo com 40 vindi- mas e quase quatro décadas dedicadas à José Maria da Fonseca, é uma figura emblemática da enologia portuguesa. Ao olhar para trás, vê os anos passa- rem como se fossem apenas dias. Um reflexo da intensidade e paixão que dedicou ao universo do vinho.
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