Grande Consumo N.º 93

entrevista

N.93

A história não é clara, mas tudo indica que o embrião do que hoje conhece- mos como centros comerciais abriu em 1951, no Monte Estoril. Era o Cruzeiro. Duas décadas depois, o Apolo 70 tornava-se o ex-libris de Lisboa. Desde então, o tempo acelerou e os centros comerciais multiplicaram-se e metamorfosea- ram-se. É sobre esta realidade que se debruça a diretora executiva da Associa- ção Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), Carla Pinto. Como olha para a evolução do mercado de centros comerciais em Portugal? A evolução do sector dos centros comerciais em Portugal tem acontecido de forma consistente e estruturada, acompanhando e adaptando-se às novas rea- lidades sociais e económicas. É, atualmente, um mercado reconhecido pela sua maturidade e qualidade, que garante uma oferta integrada e muito varia- da, que inclui grandes marcas nacionais e internacionais, mas que também engloba serviços complementares diversos que dão resposta às necessidades das pessoas e anteveem as suas expectativas. Este reconhecimento chega-nos igualmente de outros países, que olham para o mercado português dos centros comerciais como um exemplo de su- cesso. As características de funcionamento destes espaços, em que se incluem a disponibilidade de dias e de horários, são, também, um fator de peso neste contexto de resposta que os centros oferecem. O mercado está saturado ou continua a haver espaço para novos empreendi- mentos? Há espaço para novos centros comerciais, que são, nos dias de hoje, muito mais do que locais de transação e de consumo. São as novas praças das cidades e po- sicionam-se, cada vez mais, como um ponto de encontro ou um destino das fa- mílias. Assumem um papel diferenciador, de socialização, que vai muito além do mero ato de fazer compras. Como tem evoluído esse perfil? Ao longo das décadas, os centros comerciais evoluíram para se transformarem em espaços multifuncionais, totalmente focados nas necessidades das pessoas. Tornaram-se centralidades urbanas, impulsionadores da regeneração das ci- dades e geradores de centenas de milhares de empregos. Alteraram-se profun- damente com a oferta de novos serviços, que dão uma resposta integrada às múltiplas necessidades das comunidades. São também, cada vez mais, espaços solidários, que apoiam causas comunitárias e sociais. Tem sido feita uma grande aposta na requalificação e modernização dos centros, mas este é um trabalho contínuo, até porque o público é cada vez mais exigente e valoriza experiências únicas, conveniência e personalização. Foram, recentemente, eleitos os novos órgãos sociais da APCC para o trié- nio 2025-2027 e o foco para os próximos anos vai assentar, sobretudo, em três eixos estratégicos: comunidades, digitalização e descarbonização. Ou seja, va- mos continuar a trabalhar para que os centros comerciais garantam resposta às necessidades comerciais, sociais e culturais das comunidades que servem;

Grande Consumo

Carla Pinto

GC

CP

GC CP

“Há espaço para novos centros comerciais, que são, nos dias de hoje, muito mais do que locais de transação e de consumo. São as novas praças das cidades e posicionam-se, cada vez mais, como um ponto de encontro ou um destino das famílias. Assumem um papel diferenciador, de socialização, que vai muito além do mero ato de fazer compras”

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