Grande Consumo N.º 93

GRANDE CONSUMO

Entre as próximas tendências, a snackification, que reflete a crescente preferência por refeições leves e práticas ao longo do dia, e os fakeaways, que permitem recriar em casa experiências gastronómicas inspiradas na restauração, são destacadas pela Iglo. E também as redes sociais, em especial o TikTok, e a cultura digital estão a alterar a forma como os congelados são descobertos e valorizados

gens ecológicas e práticas socialmente responsá- veis, inserindo-se numa lógica de economia circu- lar. Já a Iglo integra esta mesma visão com projetos como o Move to -15ºC, da Nomad Foods, para redu- zir o consumo energético em até 11% “sem compro - meter a qualidade dos produtos” . No centro da discussão, continua a estar a per- ceção do consumidor. Apesar de todos os avanços, os congelados ainda enfrentam barreiras culturais difíceis de “derreter”, um paradoxo que Inês Teixei- ra ilustra bem: “quando frutas e legumes são ultracon - gelados pouco depois da colheita, os nutrientes são pre - servados no seu auge” , defende a head of marketing da Iglo. Mas ainda são poucos que o sabem. “Apenas 21% dos consumidores reconhece que os congelados po - dem ser nutricionalmente superiores aos frescos em mui - tos casos” . A inovação como resposta A desmistificação passa, também aqui, pela ino - vação. Na Iglo, isso significa investir em soluções como a cozedura a vapor, “que preserva os nutrientes e realça os sabores naturais” , e trabalhar com chefs no desenvolvimento de receitas que garantam uma experiência gastronómica rica e apelativa. Na Bras- mar, a inovação parte da matéria-prima. “Prioriza- mos uma seleção rigorosa de matérias-primas e formatos adaptados às necessidades reais dos nossos clientes. O sa - bor autêntico e tradicional é algo que valorizamos e não comprometemos” , confirma Vítor Gil Guimarães. É esse equilíbrio entre tradição e modernidade, sabor e conveniência, que tem permitido à cate- goria crescer. E fazê-lo de forma sólida. Mas nem todos os segmentos avançam ao mesmo ritmo. “Os produtos plant-based sofreram, nos últimos dois anos, um impacto negativo na procura” , reconhece a res- ponsável de marketing da Iglo, apontando o “contro- lo mais apertado das despesas com alimentação” e “al- guma desconfiança com o ultra-processamento” como fatores limitativos. Ainda assim, há sinais de resiliência e espaço para expansão. Entre as próximas tendências, a s nackifica - tion , que reflete a crescente preferência por refeições leves e práticas ao longo do dia, e os fakeaways , que permitem recriar em casa experiências gastronómi- cas inspiradas na restauração, são destacadas pela Iglo. E também as redes sociais, em especial o Tik- Tok, e a cultura digital estão a alterar a forma como os congelados são descobertos e valorizados. No final, o que emerge é um sector em profunda evolução. Mais do que reagir, os fabricantes estão a antecipar. A Brasmar acredita que “o sector será pau - tado por processos de automatização, inovação e susten - tabilidade que vão ao encontro das expectativas deste consumidor moderno” .

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