GRANDE CONSUMO
Na STEF, a frota foi equipada com GPS e siste- mas de monitorização, em tempo real, das tempe- raturas, garantindo total rastreabilidade durante o transporte. As plataformas também contam com sistemas integrados de gestão de temperaturas com métodos de alarmística. A Logifrio, por sua vez, segue a mesma lógica. “As tecnologias mais relevantes para manter a integrida - de da cadeia estão focadas principalmente na eficiência energética em todas as operações, garantindo e assegu - rando a rastreabilidade em todos os momentos” , garante Vítor Figueiredo. A empresa atua com certificações IFS Logistics e BRC Storage and Distribution, garan- tindo “uma total transparência e uma abordagem siste - matizada e normalizada dos procedimentos” . Mas não se trata apenas de tecnologia. “ Na base de todo o processo estão as pessoas, estando as nossas equipas devidamente formadas e sensibilizadas para um tema tão relevante e crucial na nossa atividade” , asse- gura o diretor comercial da STEF. Até porque a explosão do comércio eletrónico veio colocar novos desafios à distribuição de congela - dos. Hoje, entregar produtos congelados à porta do consumidor, com segurança e eficiência, já não é uma miragem, mas requer uma rede robusta, tec- nologia de ponta e, acima de tudo, coordenação precisa. Mais do que um sistema de transporte, a manutenção da cadeia de frio em ambiente B2C, com entregas em casa, exige precisão, comunica- ção e flexibilidade. “A cadeia de frio para este tipo de produtos requer exigências específicas. A começar pelas infraestruturas, que devem garantir condições adequa - das para armazenamento e pontos de consolidação. Ao nível do transporte, dispor de uma frota adaptada e ca - Congelados em casa? Possível e cada vez mais normal A explosão do comércio eletrónico veio colocar novos desafios à distribuição de congelados. Hoje, entregar produtos congelados à porta do consumidor, com segurança e eficiência, já não é uma miragem, mas requer uma rede robusta, tecnologia de ponta e, acima de tudo, coordenação precisa
paz de assegurar a cadeia de frio, com especial foco nas entregas last mile” , sublinha Luís Mota. A STEF considera estar preparada: “temos uma frota dimensionada e adaptada aos vários canais de dis - tribuição, assegurando uma distribuição assertiva e se - gura independentemente do canal” , assegura o gestor. No canal B2C, “damos especial atenção à coordenação dos horários de entrega, sendo crítico garantir que o con - sumidor final está disponível para receber a encomenda” . Como tal, a visão é clara: a reinvenção logística está apenas no início. Vítor Figueiredo alerta que “há ainda muito a fazer na logística relacionada com o comércio online” e sublinha que “a inovação passa por responder às tendências e ter uma oferta mais completa na cadeia de abastecimento” . A complexidade cresce com a multiplicação de canais, mas a Logifrio acre- dita que a tecnologia pode articular omnicanalida- de, sem redundância de stocks nem ruturas. Centralizar ou automatizar? Ambos Segundo ambos os operadores, o futuro da logística de frio vai, então, passar por uma inevitável centra- lização estratégica e por um salto em automação. Se há alguns anos a dicotomia era entre centralizar ou descentralizar operações, hoje a questão já é ou- tra: como automatizar inteligentemente, respeitan- do a especificidade do frio? Luís Mota é claro: a automação é crucial. “Temos vindo a incorporar soluções que nos ajudam a agilizar as operações, nomeadamente os rolls automáticos para receção e expedição de mercadorias, estantarias dinâmi - cas, entre outras” . Embora reconhecendo que as so- luções de automação são mais restritas e mais one- rosas no ambiente de frio, o diretor comercial da STEF considera que compensam com redução dos erros e maior fiabilidade. Do lado da Logifrio, a visão também é de con- vergência entre automatização e sustentabilidade. “Acreditamos que os desenvolvimentos recentes no domí - nio da inteligência artificial serão um verdadeiro game changer que irá acelerar, de forma muito significativa, o futuro da logística” , afirma Vítor Figueiredo. A faci - lidade com que os sistemas se integram hoje torna “mais fácil abrir frentes de desenvolvimento e poder ter equipas a trabalhar em simultâneo em várias peças de uma estratégia global” . A logística de congelados tornou-se uma frente estratégica e reputacional para as marcas. A exi- gência é assinalável: manter a temperatura, redu- zir emissões, garantir rastreabilidade, entregar em casa, em tempo útil, e ainda preparar o futuro di- gital. E tudo isto num sector que é estrutural para a segurança alimentar. Como resume Luís Mota, “a crescente preocupação dos consumidores com a qualida - de e segurança dos alimentos pode impulsionar, cada vez mais, a procura por produtos congelados entregues em condições adequadas” .
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