GRANDE CONSUMO
A propósito, Telmo Ferreira assinala, ainda, que o papel dos centros comerciais e dos retalhistas está a evoluir ao mesmo ritmo da sociedade. E, por isso, já não é suficiente vender produtos, é essencial criar experiências diferenciadoras. “A experiência física voltou a ser um fator decisivo para os consumidores e os retalhistas estão a investir significativamente na inovação dos seus espaços, apostando na tecnologia, na personali - zação e no design imersivo. Cada vez nos pedem mais me - tros quadrados nos nossos centros para proporcionar uma ótima experiência aos seus clientes” . E, tendo em conta que não é possível traçar o perfil do cliente típico, sustenta que importa ter uma oferta variada de produtos e serviços, sempre pensando em tornar os centros comerciais espaços atrativos para o máximo de clientes possível. Aliás, defende, mesmo, que “o sucesso dos centros é marcado não só pela oferta comercial, mas pela complementarida - de de serviços” , permitindo que os visitantes tenham momentos de qualidade em família ou com amigos. “O nosso principal objetivo é garantir que oferecemos aos nossos clientes a experiência de que eles precisam, que eles esperam e, indo mais longe, sermos capazes de os surpreen - der em cada visita de forma a fidelizá-los”, declara. Esta abordagem — conclui o head of country da Klépierre Portugal — reforça a atratividade dos centros comer- ciais, tornando-os destinos privilegiados para con- sumidores, marcas e investidores. Ajuste A otimização dos ativos que compõem o seu portefó- lio, através de uma melhoria contínua e sustentada do mix comercial e de serviços, do reforço da qua- lidade do atendimento e da aposta na renovação e expansão dos seus centros, é o foco da Mundicenter, apresentado pelo seu administrador executivo, Fer- nando Oliveira. E, nesse contexto, dá conta de que a seleção dos retalhistas assenta essencialmente na sua relevância para o mercado de influência de cada centro, bem como na qualidade e no carácter inovador da sua oferta. O interesse dos retalhistas tem-se mantido po- sitivo, com “uma incidência particularmente forte nos centros comerciais de primeira linha” , afirma. Quanto à afluência aos centros, continua igualmente a registar uma evolução positiva, ainda que a um ritmo infe- rior ao crescimento das vendas. Numa leitura deste cenário, o gestor considera que “esta tendência sugere uma visita mais orientada para a compra, em detrimento de uma permanência mais prolongada ou de lazer” . No entanto, os centros comerciais são, cada vez mais, “centros de vida” , nas palavras de Fernando Oliveira. À oferta comercial tradicional, somam-se camadas de serviços e experiências que respondem a necessidades do dia a dia, de bancos a correios e notários, de unidades de saúde a ginásios, de espa- ços de co-work a oficinas automóveis, sem falar dos cinemas e áreas de diversão, mais comuns.
O portefólio da Mundicenter
• 9 centros comerciais: Amoreiras Shopping Center, em Lisboa (25.625 metros quadra- dos); Spacio Shopping, em Lisboa (20.550 metros quadrados); Centro Comercial de Alvalade, em Lisboa (4.270 metros qua- drados); Oeiras Parque (23.040 metros quadrados); Strada Outlet, em Odivelas (24.450 metros quadrados); Arena Shop- ping, em Torres Vedras (17.535 metros quadrados); Forum Aveiro (16.800 metros quadrados); Campus S. João, no Porto (4.820 metros quadrados); e Braga Parque (53.565 metros quadrados); • Cerca de 1.000 lojistas; • 60 milhões de visitantes, em 2024, com um crescimento de 2,9% em relação a 2023; • Cerca de 910 milhões de euros em vendas, uma subida na ordem dos 5%, entre 2023 e 2024.
comerciais, mas sim os melhores e dominantes nas suas áreas de influência. Para o efeito, queremos potenciar as qualidades que cada um dos nossos centros possui. Que - remos ter os centros mais relevantes, com uma gama de serviços que se complementem e ofereçam uma experiên - cia diferenciadora à comunidade em que se inserem. Isto significa que, embora exista uma estratégia comum, um centro comercial deve ser capaz de satisfazer as necessi - dades de cada área de influência e ter a sua própria iden - tidade” , argumenta. É este posicionamento que está subjacente à se- leção dos retalhistas: o objetivo — diz — é ter em conta os interesses da comunidade, adaptando a oferta de cada centro. O que explica o reforço do Food Story do Aqua Portimão e explica também a incorporação de marcas de saúde e bem-estar em centros como o Espaço Guimarães e o Parque Nas- cente. Há um outro critério que pesa e é transversal: a sustentabilidade. “Procuramos marcas com propósi - to, que partilhem os mesmos valores que nós” , comenta.
Colombo
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