Grande Consumo N.º 93

retalho

N.93

Muito mudou desde os tempos em que os cartões de fidelização eram apenas pedaços de plástico guardados na carteira. Hoje, são cada vez mais pla- taformas digitais que reúnem vantagens, personali- zação e proximidade. Mas estarão os consumidores ainda interessados em “aderir ao clube”? E qual o verdadeiro valor que estas ferramentas oferecem ao retalho moderno? Para José Balça, partner and managing director for Iberia da IMPACT Commerce, a resposta é “sim” . O executivo considera que os programas de fideli - zação continuam a ser uma ferramenta essencial no sector do retalho e a explicação é simples: “per - mitem não só incentivar futuras compras, mas também obter mais informações e dados valiosos sobre o compor - tamento dos clientes” . Como resultado, podem ser usados para “construir relacionamentos duradouros com os clientes, permitindo-lhes oferecer valor adicional e personalização nas suas experiências de compra” . Esta opinião é partilhada por Susana Borges, di- retora de experiência de cliente da Auchan Retail Portugal, que sublinha que “os cartões de fidelização continuam a fazer todo o sentido, sobretudo quando evo - luem para formatos mais dinâmicos, personalizados e orientados para a experiência do cliente” . A gestora dá como exemplo o caso da Auchan, onde o Clube Au- chan representa uma peça central na relação com os consumidores, promovendo não só a poupança, mas também a proximidade e a relevância da expe- riência de compra. Também Rui Rocha, diretor do programa Cartão Continente, é pragmático na sua análise: os progra- mas de fidelização são concebidos para melhorar a experiência dos consumidores, oferecendo-lhes di- ferentes vantagens e, por isso, continuam a ter um papel relevante. No caso do Continente, permite, entre vários benefícios, usufruir de descontos em mais de 20 marcas associadas, bem como ter aces- so a serviços e campanhas exclusivas. “Muitos são os benefícios que proporcionamos a todas as famílias, per - mitindo-lhes poupar numa ampla rede de parceiros, em despesas de alimentação, vestuário, restauração, com - bustível ou lazer” , constata Rui Rocha. A mesma convicção é partilhada por Francisco Soure, diretor de inovação e digital do Pingo Doce, que é perentório na sua resposta: “mais do que nun- ca” . Para o responsável, num contexto em que os consumidores estão cada vez mais informados, exi- Num sector cada vez mais orientado por dados e pela personalização da experiência, os programas de fidelização reinventaram-se. Do cartão físico às apps com cashback , cupões personalizados e g ami- ficação , retalhistas como Pingo Doce, Auchan, Lidl e Continente mostram que a fidelização está longe de sair de cena — está apenas a mudar de formato. Mas será que os consumidores continuam a valori- zar estas ferramentas?

Os programas de fidelização continuam a ser uma ferramenta essencial no sector do retalho e a explicação é simples: “permitem não só incentivar futuras compras, mas também obter mais informações e dados valiosos sobre o comportamento dos clientes” De facto, todas as campanhas de fidelização do Lidl Portugal são hoje realizadas através da app Lidl Plus. “O nosso objetivo sempre foi estarmos o mais pró - ximo possível dos nossos clientes e é assim que queremos continuar” , afirma Nuno Rodrigues, acrescentando que, a partir da app Lidl Plus — acessível de forma fácil e rápida através do smartphone — os clientes têm acesso a promoções e benefícios exclusivos, bem como a outras informações úteis, tais como folhetos digitais, horários de abertura e localização das lojas, lista de compras, faturas eletrónicas ou até descontos exclusivos. gentes e com mais opções de compra, os programas de fidelização continuam a ser uma ferramenta es - sencial para criar valor e relevância na hora de de- cidir onde comprar. Contudo, sublinha Francisco Soure, muitos re- talhistas evoluíram já para além do simples cartão físico. No caso do Pingo Doce, por exemplo, “usamos a fidelização, através da app O Meu Pingo Doce e do car - tão Poupa Mais, para conhecer melhor quem nos visita e personalizar a experiência — seja através de ofertas, con - teúdos, comunicações ou vantagens exclusivas” . O executivo acrescenta ainda que a app O Meu Pingo Doce se destaca por concentrar num único sítio tudo o que os clientes necessitam para fazer as suas compras: “acesso a um maior número de van - tagens e de oportunidades de poupança, de forma práti - ca, próxima e personalizada a cada cliente; informações sobre as lojas Pingo Doce, a possibilidade de fazer a sua lista de compras, de consultar os folhetos em versão digi - tal, de utilizar o cartão Poupa Mais ou de encomendar refeições Comida Fresca, por exemplo” . Já o Lidl adotou uma estratégia ligeiramente diferente, optando, desde o início, por uma versão exclusivamente digital. Talvez por ter entrado neste universo um pouco mais tarde do que os restantes retalhistas mencionados. Foi em 2021 que foi lan- çada a app Lidl Plus e, desde então, “tem sido sinóni- mo de facilidade no nosso processo de compra” , aponta Nuno Rodrigues, diretor geral de marketing e estra- tégia promocional do Lidl Portugal.

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