GRANDE CONSUMO
“O mercado português ainda não está maduro em termos de investimento omnicanal. Uma demonstração clara disso mesmo é que, quando falamos, com marcas, vemos que há departamentos separados entre loja física e todo o contexto online. Pelo que, ao ter dois interlocutores diferentes, evidentemente, vamos ter duas estratégias distintas”
Como olha para a convergência entre o retail media e o shopper marketing tra- dicional? Na minha ótica, o retail media é uma evolução do shopper marketing . Este con- ceito já estava instaurado, há muitos anos, no ponto de venda e no mercado de investimento publicitário e evoluiu para o de retail media , em que, através dos dados, se pode impactar o shopper de maneira muito mais atrativa. O desafio é estabelecer parcerias com os retalhistas para se obterem estes dados. O sector do retalho é muito competitivo e maduro e, por vezes, ainda há um certo receio em dar o primeiro passo para esta partilha de dados. Como vê o papel crescente da inteligência artificial e da personalização na ativação em loja? Ainda estamos numa fase muito inicial, apesar de falarmos de inteligência ar- tificial como se fosse já uma ferramenta superdesenvolvida. Ainda estamos a usar inteligência artificial como uma ajuda, mas o que queremos é a automati - zação, através da inteligência artificial, dos focos no retail media . Ou seja, quere- mos que a inteligência artificial tenha capacidade de segmentar as audiências que tenham o interesse numa marca específica, em articulação com a estraté - gia dessa marca específica, e de automatizar os relatórios pós-campanha. A omnicanalidade tornou-se um imperativo. Como tem a In-Store Media ajus- tado a sua proposta de valor a esta nova realidade? O mercado português ainda não está maduro em termos de investimento om- nicanal. Uma demonstração clara disso mesmo é que, quando falamos, com marcas, vemos que há departamentos separados entre loja física e todo o con- texto online . Pelo que, ao ter dois interlocutores diferentes, evidentemente, va- mos ter duas estratégias distintas. Temos um shopper muito informado, cada vez mais necessitado de comu- nicação bem feita, porque é exigente. Temos de ter uma capacidade brutal de saber comunicar bem nos dois mundos. Quais foram os maiores desafios que enfrentaram em Portugal para imple - mentar esta visão de s hopper marketing moderno? Gosto muito desta área, precisamente, pelos desafios que apresenta. Estou nes - te cargo há dois anos e já tive a minha dose de desafios. Diria que o foco princi - pal da In-Store Media é mostrar as vantagens e desmistificar o retail media Fru- to da globalização, retalhistas e marcas já o conhecem, mas de uma maneira muito aspiracional. Há, ainda, alguma dificuldade em dar o passo seguinte e concretizar uma estratégia. Como foi adaptar a operação portuguesa aos diferentes ritmos de transforma- ção do retalho? Na relação com os retalhistas, é fundamental adaptar-nos às suas regras. É a sua “casa”. Cada retalhista tem a sua cultura e maneira de ser.
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