Grande Consumo N.º 93

GRANDE CONSUMO

sito. O estudo global da KPMG “Beyond the Noise: Orchestrating AI driven Customer Excellence” revela que, apesar do uso estar a crescer significativamente, os consumidores continuam a valori - zar experiências mais humanas e empáticas. Vivemos, portanto, numa encruzilhada: os consumidores es- tão preparados para a IA, desde que com ética, transparência e benefício real. Os líderes estão atentos, mas ainda a desenhar os mapas. E o sector do retalho, pressionado por margens estreitas, por cadeias de abastecimento voláteis e por clientes cada vez mais exigentes, encontra na IA uma promessa de equilíbrio: entre efi - ciência e personalização e entre agilidade e confiança. No meio deste cenário, uma certeza começa a emergir: a IA deixou de ser uma vantagem competitiva para se tornar infraes- trutural. Como alerta um relatório da Capgemini, nos próximos anos, os retalhistas descobrirão que, se não estiverem a usar IA, será mais difícil competir. A questão já não é se a tecnologia deve ser adotada — mas sim como, quando e com que propósitos. É neste contexto que se impõe olhar para os pioneiros. Empre- sas que não só deram os primeiros passos, como já percorrem um caminho estruturado, com impacto mensurável e visão de futu- ro. A seguir, exploramos como nomes como Worten, Auchan, El Corte Inglés e outros estão a moldar esta nova era do retalho, com algoritmos que aprendem, plataformas que antecipam e decisões cada vez mais inteligentes. Mas, como veremos, é no equilíbrio entre a precisão da máquina e a intuição do humano que reside o verdadeiro potencial da transformação. Inteligência aplicada com propósito Na Worten, a inteligência artificial não é uma promessa — é uma realidade operacional que atravessa todas as áreas do negócio. Com uma abordagem pragmática, estratégica e assente na utili- dade, a insígnia tem vindo a integrar a IA em múltiplas frentes, da logística ao marketing, da previsão de procura ao apoio ao cliente. O objetivo? Tornar a experiência de compra mais fluida, eficiente e relevante. “Na Worten, o nosso foco é, e continuará a ser, melhorar a ex- periência de compra dos nossos clientes”, afirma David Barros, area coordinator – architecture – data, analytics, reporting & ex - ploration. Essa ambição traduz-se numa aplicação concreta da tecnologia para resolver problemas, otimizar processos e criar va- lor, não apenas internamente, mas sobretudo para quem compra. Na logística e na previsão de procura, a IA permite gerir stocks com maior precisão, reduzindo ruturas e ajustando os níveis de reposição às reais necessidades do mercado. Este tipo de aplica- ção permite reduzir o desperdício, otimizar espaço e garantir dis- ponibilidade sem excessos, um desafio constante no retalho. Já no marketing, o impacto da IA é visível na personalização das campanhas. Através da análise de padrões de comportamen- to, preferências de compra e histórico de navegação, a Worten adapta as suas mensagens em função de cada perfil de consumi - dor, aumentando a taxa de conversão e a relevância da comuni- cação. Grande parte das ofertas no site e das newsletters é hoje gerida por algoritmos que antecipam comportamentos de consu- mo, ajustando conteúdos e recomendações em tempo real. “O que nos move é a capacidade de aplicar esta tecnologia em soluções práticas que tragam valor real aos nossos clientes e à operação”, assegura David Barros Também o apoio ao cliente está a ser profundamente trans- formado. A automação inteligente oferece respostas mais rápidas,

Na Worten, a inteligência artificial não é uma promessa — é uma realidade operacional que atravessa todas as áreas do negócio. Com uma abordagem pragmática, estratégica e assente na utilidade, a insígnia tem vindo a integrar a IA em múltiplas frentes, previsão de procura ao apoio ao cliente. O objetivo? Tornar a experiência de compra mais fluida, eficiente e relevante da logística ao marketing, da

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