Grande Consumo N.º 93

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da de forma tangível no restaurante Comida Fresca, onde permite o reconhecimento automático dos pratos e o cálculo imediato do valor a pagar. Um processo rápido e intuitivo, onde o cliente ape- nas coloca o tabuleiro e a IA faz o resto. Já na Mango, a aplicação da inteligência artificial estende-se à previsão de consumo, à otimização de stocks e ao reforço da omni- canalidade. A marca recorre a modelos preditivos que analisam o comportamento dos consumidores para ajustar a oferta em tem- po real, reduzir desperdício e melhorar a gestão de armazéns. A tecnologia está no centro da operação, mas com um propósito cla- ro: maior eficiência e melhor serviço. Estes casos ilustram bem o potencial da IA enquanto motor de eficiência operacional e de melhoria da experiência do cliente. Não são apenas projetos-piloto — são exemplos reais, em funcio- namento, que mostram como a tecnologia pode ser aplicada de forma concreta, com impacto direto na jornada de compra. Mas para lá da escala e dos recursos destes grandes operado- res, o desafio agora é garantir que estas soluções se tornam aces - síveis a todo o ecossistema, incluindo as PME. E é aí que entra o próximo capítulo desta revolução silenciosa. Pequenos operadores, grandes oportunidades Se os grandes grupos lideram a marcha tecnológica, há um outro movimento, mais silencioso, mas igualmente transformador, a crescer entre as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas. A inteligência artificial está a chegar ao tecido empresarial de me - nor dimensão, não através de mega-investimentos, mas por via de soluções modulares, intuitivas e acessíveis. O custo ainda é uma barreira significativa para muitas pe - quenas e médias empresas, que receiam não conseguir escalar o investimento. Mas o futuro aponta para modelos as-a-service , ba- seados em cloud e com menor dependência de equipas técnicas internas. Ferramentas com interfaces simples, integradas em pla- taformas de gestão já utilizadas, poderão democratizar o acesso à IA no retalho. Estas soluções permitem começar com pequenos passos, como a automatização de tarefas repetitivas, a análise preditiva básica e a personalização inicial da comunicação. O objetivo não é compe- tir em escala com os “gigantes”, mas responder de forma mais efi -

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