Grande Consumo N.º 93

GRANDE CONSUMO

Esse compromisso é visível na forma como a Bloop está a ser construída desde a base. “Começá - mos com uma comunidade beta composta por pessoas próximas, com interações reais, criando uma base de conteúdo orgânico e autêntico”. Além disso, há uma garantia adicional de autenticidade, já que os uti- lizadores só podem partilhar a sua opinião após efetuarem uma compra e receberem efetivamente o produto, esclarece Francisco Rodrigues. Com uma oferta que cruza diversas categorias, a Bloop quer ser muito mais do que uma loja online . “ O nosso objetivo é que cada utilizador possa transfor - mar os seus consumos do dia a dia em recomendações úteis para a sua comunidade e, com isso, acumular valor real”. A multiplicidade de opções reforça a relevân- cia da plataforma no quotidiano e permite que os créditos ganhos numa área sejam usados noutra, criando “uma experiência de consumo mais rica, con - tínua e integrada”. Enfrentar o peso do e-commerce tradicional Na visão de Francisco Rodrigues, o e-commerce tra- dicional tornou-se demasiado centralizado e impes- soal. “Tende a ser transacional, impessoal e concentrado em grandes players que centralizam as comissões e os dados dos clientes”. Por isso, a Bloop quer “devolver o poder às pessoas” , tornando a experiência de compra mais “social, transparente e democrática” , ao “transfor- mar recomendações em valor real e ao promover a conexão entre pessoas, marcas e experiências”. Mas o caminho não é isento de desafios. “O que esperamos que seja o maior desafio é educar o público para um novo comportamento digital, em que comprar é também interagir e partilhar” , antecipa Francisco Ro- drigues. Paralelamente, e do ponto de vista técnico, a equipa da Bloop tem de garantir que o modelo é “sustentável, escalável e simples de usar”. Desde março que a Bloop está em fase beta com uma comunidade restrita e estratégica de utiliza- dores: familiares, amigos, investidores e apoiantes da primeira hora. “Este grupo foi fundamental para recolhermos feedback real, validarmos a experiência e contribuirmos para a criação de conteúdos orgânicos e autênticos”. A partir de maio, essa base começou a crescer com a inclusão de nano influenciadoras alinhadas com os valores da marca. A fase beta conta agora com 200 influenciadores convidados, milhares de utilizadores e mais de 100 vendedores ativos. “Esta abordagem por fases permite-nos crescer de forma orgâ - nica, garantir que a plataforma evolui com base em da - dos reais e preparar o terreno para um lançamento públi - co robusto e diferenciador em setembro”. Até lá, os objetivos estão bem definidos: “quere- mos consolidar uma comunidade ativa e engajada, oti - mizar a experiência do utilizador com base no feedback resultante da fase beta e ampliar a oferta de produtos e serviços disponíveis na plataforma”.

Comércio social atingirá um bilião de dólares até 2028

A ascensão do comércio social — impulsio - nado sobretudo pelo live streaming — tem sido meteórica. Esta combinação entre redes sociais, vídeos em direto e compras online conquistou centenas de milhões de consumi- dores, ao permitir uma experiência mais inte - rativa, com perguntas, respostas imediatas e compras feitas diretamente nas aplicações. De acordo com a Statista Market, o mercado global de comércio social cresceu mais de 750% desde 2018, passando de 81 mil milhões de dólares para 688 mil milhões em 2024. Apesar de se prever uma desaceleração do crescimento nos próximos anos, o sector continuará a expandir-se de forma robusta, somando cerca de 100 mil milhões de dólares por ano e ultrapassando o bilião até 2028. A quota deste segmento no e-commerce glo - bal também está a crescer: de menos de 5% em 2018 para 16,7% em 2024, com uma pre- visão de atingir quase 20% até 2028. A ten- dência é clara: cada vez mais consumidores recorrem às redes sociais como ponto de par- tida para comprar produtos e serviços. A China continuará a dominar o panorama global, representando dois terços do mercado com receitas estimadas em 824 mil milhões de dólares em 2028. A América do Norte atin- girá os 148 mil milhões (mais 55% face a 2024) e a Europa crescerá 77%, alcançando os 48 mil milhões. Também a base de utilizadores continuará a crescer de forma expressiva. Em 2023, 1,38 mil milhões de pessoas fizeram pelo menos uma compra através das redes sociais — mais 100 milhões do que no ano anterior. Até 2028, esse número deverá ultrapassar os 1,7 mil mi - lhões de utilizadores a nível global.

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