alimentar
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valores são uma “bússola” . Ajudam a criar “algo com significado — desde o vinho que produzimos até à forma como comunicamos e nos apresentamos ao mundo” . A vinha de sete hectares, onde tudo começou, é hoje gerida com práticas orgânicas e regenerativas. “Se vamos ou não certificar, logo se vê — o importante é cuidar da saúde do solo, da biodiversidade e da qualida - de da uva, enquanto contribuímos para um ecossistema mais equilibrado e resiliente” . A Delância é naturalmente sem açúcar — nem adoçantes, nem açúcar residual — e apresenta-se com um teor alcoólico de 10%. “Costumamos dizer que a Delância é inesquecível quando partilhada e acre - ditamos mesmo nisso” . A marca integra o movimento 1% for the Planet, apoiando o trabalho do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) com o lince ibérico. Com uma abordagem consciente e estética apu- rada — a identidade visual foi trabalhada com a agência Kingdom & Sparrow, num processo de qua- se um ano —, a Delância ambiciona reinventar uma categoria esquecida em Portugal: o vinho aromati- zado. Mas, sublinham, sem disfarçar o vinho, antes, elevando-o. “Inovar não é esquecer o passado, há muito para aprender com práticas antigas, saberes tradicionais e quem já cá andava antes de nós” , conclui Tom Simpson. Plantz: democratizar a alimentação plant-based Até porque a inovação não tem de ser radical. Mas deve ser útil. Ser referência num mercado em mu- dança, aliando sabor, saúde e sustentabilidade numa só refeição, é a ambição da Plantz, que, com pratos 100% vegetais prontos a consumir, quer de- mocratizar a alimentação plant-based . “E acreditamos que o congelador pode ser o maior aliado dessa missão” , introduz o cofundador e CEO, Jorge Boabaid. Tudo começou em meados de 2020, quando jun- tamente com o colega de mestrado Felipe Souza,
sensações” , descreve Tom Simpson. Os primeiros dois anos da Delância Wines foram passados a testar exaustivamente. Foi um proces- so contínuo entre o pequeno laboratório caseiro — onde os blends eram afinados “ao milímetro” — e o mundo real, onde acontecia o verdadeiro feedback. “Esses momentos moldaram-nos. Ver as reações ao vivo, ouvir os comentários espontâneos, falar cara a cara com quem provava, foram essas conversas cruas e genuínas que nos ajudaram a refinar a receita” , recorda. Foram mais de 120 as versões criadas e “incontáveis” as pro- vas até se chegar às expressões finais. Tal como na Wht Not Soda, uma alavanca cru- cial foi a participação no programa From Start to Table da Unicorn Factory Lisboa. “Os mentores, as sessões de pitch, os módulos de aprendizagem — tudo nos ajudou a fazer as perguntas certas, a fortalecer o nosso posicionamento e a ganhar coragem para dar o salto para a produção” . Em 2024, com a marca oficialmente registada, prepararam-se para uma nova etapa. “Este ano, va - mos lançar em bares, restaurantes e lojas por todo o país, com uma missão clara: trazer algo fresco, indomável e inesquecível para o mercado” , garante Tom Simpson. A marca é guiada por cinco princípios — “ousa- dos, mas nunca irresponsáveis; elegantes, mas sem pre - tensiosismo; ecléticos, mas não superficiais; amantes da natureza, mas sem radicalismos; exigentes, mas sem obsessão pela perfeição” . Para os fundadores, estes
“Inovar não é esquecer o passado — há muito para aprender com práticas antigas, saberes tradicionais e quem já cá andava antes de nós”
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