GRANDE CONSUMO
embalagens reutilizáveis vão tornar-se, novamente, na norma e não na exceção. O consumo de comida e bebida preparada cresce ano após ano e é insustentável assistir - mos ao crescente desperdício causado pela utilização de embalagens de uso único. Até 2030, a adoção de emba - lagens reutilizáveis será, muito provavelmente, o grande acontecimento neste mercado” , defende Afonso Vieira. Com uma abordagem prática, tecnológica e de- terminada, a Ecoceno posiciona-se como um agen- te central na transformação necessária do sector alimentar rumo a um futuro mais sustentável, onde a reutilização substitui de vez o descarte. “A jorna- da tem sido longa e desafiante, porque uma mudança de comportamentos da sociedade assim o obriga. Temos contacto com praticamente todos os grandes operadores alimentares em Portugal, porque todos estão cientes de que esta transição irá acontecer, mais cedo ou mais tar - de. Contudo, porque não é tão conveniente como usar-se embalagens de uso único, existem desafios operacionais relevantes para os quais é necessário encontrar e desen - volver soluções. Passo a passo, acreditamos que estamos no caminho certo para oferecermos uma solução prática e adequada a cada tipo de operador” , conclui o funda- dor. SARA HACCP: digitalizar a segurança alimentar Já a SARA HACCP aposta na transição digital, ao transformar cadernos e folhas de Excel em aplica- ções auditáveis e automatizadas que cumprem to- dos os requisitos legais do sistema HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), para a gestão da segurança alimentar. “Queremos que o cumprimen - to das normas de segurança alimentar deixe de ser um fardo burocrático e passe a ser um processo fluido, sim - ples e auditável” , descreve a fundadora, Ângela Leal. A maioria dos estabelecimentos alimentares em Portugal ainda depende de registos manuais para cumprir com as obrigações legais, o que significa papeladas, pastas em cima de bancadas e o risco permanente de falhas humanas. A SARA HACCP veio mudar isso. “Digitalizamos o que hoje são folhas de Excel ou cadernos em cima de frigoríficos. Os alertas são automáticos, as auditorias tornam-se instantâneas e o histórico de dados é sempre acessível, com validade legal” , explica. Lançada em 2018, com uma aplicação we b e mobile , a SARA HACCP permite digitalizar e auto- matizar todos os registos exigidos pela legislação, desde temperaturas e limpeza até planos de pragas ou receção de mercadorias. A app pode ser configu - rada à medida de cada negócio, seja uma cozinha industrial, um restaurante local ou uma rede de supermercados. Ao eliminar o papel e automatizar tarefas rotineiras, permite poupar tempo precioso e reduzir o risco de incumprimento legal. As equi- pas deixam de perder horas a compilar registos e passam a focar-se no que mais importa: a operação e a qualidade do produto. Além disso, o sistema melhora a rastreabilidade e permite acompanhar
“Queremos ajudar a criar uma verdadeira cultura de segurança alimentar em Portugal — onde o controlo não é visto como uma obrigação, mas como um pilar da qualidade e da confiança”
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