Várias revistas psicanalíticas já têm políticas editoriais para proteger o sigilo. Seria valioso fazer uma pesquisa sistemática destas e formular propostas para melhorar sua eficácia, mas ainda não o fizemos. A presença de material clínico em sites e publicações de periódicos psicanalíticos é uma causa especial de preocupação. Cada vez mais, as versões eletrônicas dos artigos tornam- se disponíveis ao mesmo tempo que a edição impressa ou podem ser republicadas eletronicamente em uma data posterior. A proteção e o controle desse material são frequentemente muito inadequados, ao passo que seus leitores são globais e ilimitados. O compromisso ético dos administradores de periódicos eletrônicos com a proteção dos pacientes precisa ser intensificado e monitorado. O Apêndice B fornece alguns exemplos de avisos para autores que tentam abordar esse problema. 3.6 Pesquisa em psicanálise A pesquisa envolvendo seres humanos, como é chamada na comunidade de pesquisa em ciências sociais e humanas, dá origem a uma necessidade de proteção do sigilo. Como outros organismos que financiam pesquisas, a IPA tem procedimentos em vigor para proteger o sigilo dos sujeitos de pesquisa. O Comitê de Pesquisa da IPA, o órgão da IPA que financia pesquisas, exige que todos os candidatos a bolsas de pesquisa envolvendo seres humanos (normalmente, analisandos) tenham obtido aprovação ética para a pesquisa proposta antes de receber qualquer financiamento da IPA. A aprovação deve ter sido outorgada pelo que o Comitê de Pesquisa denomina institutional review board (IRB), também conhecido (no Brasil, por exemplo) como Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Toda agência que financia pesquisas com seres humanos, inclusive todas as universidades de pesquisa do mundo industrializado, exige a aprovação por um CEP ou tem um requisito equivalente em vigor. Como salvaguarda adicional, a IPA exige também que todos os bolsistas trabalhem através de uma instituição de pesquisa. A aprovação por um CEP invariavelmente requer que nenhum indivíduo seja identificado pelo nome ou por outra característica identificável na pesquisa; somente por um número arbitrário. A lista que conecta números a nomes e informações de contato é mantida sob restrições rígidas e, normalmente, apenas o investigador principal ou o administrador da pesquisa tem acesso a ela. Os CEPs também exigem que os dados sejam relatados apenas de forma agregada, sempre que possível. A pesquisa psicanalítica com seres humanos toma duas formas: pesquisas com múltiplos sujeitos, na qual os resultados individuais são agregados e nenhuma informação individual é apresentada; e estudos de um único caso ou de um pequeno número de casos, que envolvem a apresentação de informações sobre indivíduos. Para pesquisas com múltiplos sujeitos, a aprovação por um CEP de boa reputação é amplamente considerada uma forma apropriada de aprovação ética e, para tais pesquisas, a exigência de parecer favorável por um Comitê é, em nossa opinião, suficiente. Porém, para estudos de casos individuais ou de
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