Relatório do Comitê de Sigilo da IPA

em relação ao consentimento informado e sigilo em apresentações clínicas e publicações, enquanto outros externaram preocupação de que tais declarações comprometeriam o sigilo, fornecendo informações que permitiriam ao leitor desfazer o disfarce. Alguns queixaram-se do fato de que consultar os colegas seria complicado demais ou levaria a mais confusão. Um comentarista escreveu: “Sugiro fortemente adicionar diretrizes práticas claras à sua descrição da situação sobre como proceder. Por exemplo, quais políticas editoriais vocês recomendam? Quais destas consideram absolutamente obrigatórias e quais são opcionais, ou seja, ficam ao critério do editor?... Se não tivermos passos claros para seguir ao proceder, não será possível superar a situação de paralisia das publicações on-line da que estamos sofrendo atualmente .” Também foi mencionado que, mesmo do ponto de vista legal, o consentimento do paciente nem sempre confere autoridade suficiente, pois poderia ser considerado por um tribunal como evidência da influência do analista no paciente. 10.6 Telecomunicações Recebemos uma enorme variedade de respostas relacionadas ao sigilo no uso de telecomunicações, e tornou-se evidente a polarização considerável das opiniões tanto em relação à magnitude dos riscos quanto às implicações desses riscos para a prática psicanalítica. Por exemplo, um comentarista descreveu o conteúdo da seção 4 do anteprojeto de relatório como “… extremamente valioso e muito bem apresentado de maneira equilibrada. Muita informação técnica foi resumida … ”. Outro concordou com a nossa avaliação de que as telecomunicações são inerentemente inseguras, mas criticou o anteprojeto do relatório por não chegar a conclusões mais fortes a respeito e por não recomendar que a IPA tome uma posição mais definitiva contra a prática de análise remota. Sobre a questão dos riscos a longo prazo devido à vigilância em massa, o mesmo comentarista apontou: “ [É] excelente que o relatório leve isso a sério e não considere isso um pânico desnecessário ”. No extremo oposto do espectro de opinião, um comentarista opinou que “ um certo grau de paranóia pareceu entrar no trecho do relatório que discutia algumas das possibilidades da vigilância eletrônica ”. Outro opinou que o relatório demonstrava “ um preconceito infeliz contra a teleanálise ”, e que “ os detalhes técnicos deste relatório podem aumentar o medo e inflar os riscos relativos da análise à distância em comparação à análise em consultório ”. Alguns comentaristas pareceram abordar o anteprojeto de relatório como se fosse uma avaliação da análise remota; não é este o propósito. O debate sobre a análise remota que está ocorrendo na comunidade psicanalítica, no qual estão sendo apresentadas opiniões fortes a favor e contra a análise remota, tem um alcance muito mais amplo do que somente a questão do sigilo. Inclui questões fundamentais sobre o papel da presença

44

Made with FlippingBook - Online Brochure Maker