física e da corporeidade no enquadre analítico e sobre os efeitos da tecnologia na mente. Este relatório limita-se aos aspectos deste debate mais amplo que abordam o sigilo. Pode, no entanto, ser pertinente notar que parece haver uma correlação entre as opiniões externada em resposta às seções do anteprojeto de relatório que tratam das telecomunicações e as posições tomadas nesse debate mais amplo. Talvez não seja surpreendente que os comentaristas a favor da análise remota tendem a se preocupar menos com a insegurança das telecomunicações do que aqueles que se opõem a ela. Nem todos os comentários foram tão polarizados. Um comentarista escreveu: “ A s telecomunicações não devem ser rejeitadas total e absolutamente; se forem realmente necessárias…. Na maioria dos casos, pode ser mais aconselhável analisar o tremendo anseio por conforto e passivação. Isso pode minimizar o uso de telecomunicações e seus riscos de forma decisiva ”. Houve também lembretes para continuar diferenciando análises didáticas de outras análises. Um comentarista escreveu: “… a análise didática remota só é relevante para um número limitado de candidatos, enquanto a análise remota diz respeito a um grande número de membros da IPA que realizam análises e treinamentos em psicoterapia psicanalítica on-line em áreas geográficas distantes ou até na mesma cidade .” Outro apontou que a situação nos EUA é diferente daquela observada em outros lugares: “ a situação não é simples, pois existem alguns institutos da APsaA que oferecem treinamento psicanalítico online sem cumprir os Procedimentos da IPA sobre Análise Didática Remota, já que a APsaA tem uma certa independência em relação à IPA no que diz respeito ao treinamento. Existem também algumas organizações iniciadas e dirigidas por membros da IPA que oferecem treinamentos de psicoterapia psicanalítica on-line muito competentes e que estão buscando ativamente expandir sua área de influência .” Vários comentaristas externaram a opinião de que, no mundo de hoje, a privacidade não é mais possível. Um exemplo: “ Vivemos em uma sociedade na qual a privacidade, como a conhecíamos, deixou de existir. Entendo o dilema que a IPA enfrenta, mas mesmo que seja importante estarmos cientes das realidades do nosso mundo, pouco podemos fazer para impedir interferências com a privacidade. Acho que devemos medir as possíveis consequências do uso de telecomunicações contra as possibilidades que ele oferece para pessoas que, de outra forma, não teriam a chance de fazer análise alguma, isso sem nem falar do treinamento ”. Outro escreveu sobre “… a destruição quase completa de qualquer conceito viável de privacidade individual no atual ambiente tecnocultural… ”. Um terceiro escreveu: “ o ambiente cultural claramente não comporta mais conceitos de privacidade ”. O Comitê não compartilha o pessimismo das versões mais extremas dessa opinião, mas reconhece os perigos à privacidade e espera que este relatório contribua para proteger a privacidade da consulta psicanalítica. Como apontamos na seção 2.6 do relatório, a privacidade é protegida tanto pelo Código de Ética da IPA quanto pela Declaração de Direitos Humanos da ONU. Houve muitos comentários sobre como gerenciar os riscos e melhorar nossa
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