Venda Proibida
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HISTÓRIAS ME CONSTITUEM
O Museu da Pessoa trabalha para fazer das histórias de vida um antídoto contra a intolerância. Registra, preserva e compartilha histórias de vida e, por meio de sua tecnologia social de memória, fomenta, capacita e engaja pessoas e grupos. Atecnologia social de memória do Museu da Pessoa reúne práticas, conceitos e princípios para fomentar o registro, a preservação e a disseminação de memória de famílias, grupos, organizações e comunidades. […] Disponível em: https://museudapessoa.org/sobre/o-que-e/. Acesso em: 2 dez. 2021.
Já pensou na quantidade de histórias que permeiam sua vida? Todos nós carregamos histórias e relatos que nos mar- caram de alguma forma: acon- tecimentos felizes, engraçados, tristes e mesmo trágicos. Essa coleção de eventos — reais e fic- cionais — faz parte de nossa vida e nos constitui de alguma forma.
O Museu da Pessoa propõe, orienta e participa de inúmeros projetos de narrativas. Um deles é o “Todo lugar tem uma história pra contar — Memórias de Fercal”, cidade da região metropolitana de Brasília, no Distrito Federal. Nas páginas a seguir, apresentamos uma das histórias que compõe o projeto.
REFLEXÃO
Tereza Ferreira da Silva: O meu sonho era ser o que eu sou hoje Nasci em Natividade (antes era Goiás, agora é Tocantins) no dia 15 de outubro de 1951. Meu pai e a minha mãe eram baianos; eles já são falecidos. Na Bahia, a vida era muito difícil. Eles vieram para Goiás, na época, para tocar a vida. Aí, chegaram em Natividade, já tinham um filho, meu irmão mais velho, e, em seguida, eu nasci. Passamos seis anos em Natividade, depois fomos para Porto Nacional. A lembrança que eu tenho do meu pai é de uma pessoa muito rígida pela vida que ele levou. Da minha mãe eu tenho muita lembrança. Minha mãe foi muito sofrida, teve um casamento muito ruim, tanto é que a minha decisão de não casar foi por ter acompanhado essa vida que a minha mãe tinha. E aí eu saí de casa muito cedo, justamente para não conviver com essa situação que ela vivia. Toda vida fui muito decidida, meio compenetrada… Eu tô calada, mas eu tô pensando o que eu quero da minha vida, e foi assim que eu segui a vida inteira. […]
• Que história do mundo da ficção — filme, animação, obra literária, história em quadrinhos, série, telenovela — lhe marcou de alguma maneira? • Que história do mundo real — notícia, relato de alguém próximo, algo que aconteceu com você ou com alguém próximo – lhe marcou de alguma maneira?
Eu cheguei em Brasília em 1971 com um malotinho, daqueles malotinhos duros. Não conhecia Brasília, mas eu vim assim, determinada. […] Eu conheci o pai do meu filho na casa de uma amiga. Ele morava lá no Plano e trabalhava aqui na fábrica, logo no início. E foi assim que a gente se conheceu e também foi um dos motivos de eu vir morar aqui na Fercal, porque, quando eu saí da livraria, fui trabalhar numa empresa de material de construção que era de propriedade do dono da Mundo das Tintas, e isso aqui era tudo dele, essa área. Eu trabalhei cinco anos e meio lá e, quando saí, falei para ele [meu chefe]: “Seu Vicente, eu não quero dinheiro, eu quero um pedaço de terra lá na Fercal, porque lá parece muito com Natividade, a cidade que eu nasci”. E ele falou: “Então tá bom, pede ao Gerson para medir”. Aí ele mediu. Mediu 800 metros, e ele: “Não, mede 3 mil metros lá para ela, que ela foi uma boa
O Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo que tem como objetivo registrar e preservar memórias e histórias de vida. Há biografias de brasileiros eminentes, como escritores e pesquisadores, mas também há muitas histórias de pessoas não conhecidas, comuns, que se dispõem a relatar episódios de suas vidas. Leia, a seguir, informações do próprio museu: O Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo de histórias de vida aberto à participação de toda pessoa. Aqui, você pode contar sua história, organizar suas próprias coleções e conhecer histórias de pessoas de todas as idades, raças, credos e profissões do Brasil. Fundado em 1991, o Museu da Pessoa acredita que contar, escutar, conhecer e preservar histórias de vida pode mudar seu jeito de ver o mundo […] No Museu da Pessoa, toda pessoa pode se tornar acervo, curador e visitante.
1 o ANO
UNIDADE 1 - QUEM SOU EU?
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