Nº 51 - Revista Economistas - Março

Figura 1 Investimentos em Infraestrutura (R$ bilhões, constantes, atualizados pelo IPCA)

*2023 Projeção Fonte: EY Barômetro da Infraestrutura Edição 10. Elaboração: ABDIB

Já em Telecomunicações há o aumento da demanda pelos serviços, tanto pelo crescimento do uso do IoT (internet das coisas) quanto pela conectividade 5G, cujos investimentos têm sido acompanhados de forma tímida pelas empresas. Apesar desses avanços, o país possui significativos desafios a serem enfrentados, tais como aumento dos investimentos e dos financiamentos, garantias, universalização (tanto do acesso quanto da qualidade dos serviços) e impactos ambientais. De acordo com a OCDE, entre 2013 e 2023 os países em desenvolvimento realizaram investimentos públicos em infraestrutura entre 5% e 7% do PIB, em média. Para o mesmo período, o Brasil investiu cerca de 2%. Segundo a CNI, a projeção de investimentos para a manutenção das infraestruturas existentes e redução de gargalos deveria ser de cerca de 4% do PIB pelas próximas duas décadas. No Ranking de Competitividade Mundial de 2023, do IMD (International Institute for Management Development), o Brasil ocupa a 60ª posição geral de um total de 64 países. Em Infraestrutura ocupamos a 55ª posição. Estamos

atrás de Argentina, México, Chile e Uruguai, entre outros países em desenvolvimento. Ao abrir os dados, temos que o nível de eficiência nas infraestruturas e serviços de portos, trens e qualidade nas estradas do país tem oscilado entre a penúltima e última colocação. Além da escassez de recursos, o Brasil conta com problemas relacionados à confecção de bons projetos e na execução das obras. De acordo com o TCU, de um total de 21 mil obras existentes em 2023, 8,6 mil estão paralisadas. O percentual saiu de 29% em 2020 para 41% em 2023. Para um país com investimentos aquém do necessário para manter sua infraestrutura, esse número é inadmissível. Como resultado, temos a redução da eficiência da economia do país e, notadamente, da indústria. Segundo estudo da Fundação Dom Cabral (FDC), em 2022 os custos logísticos do Brasil em relação ao faturamento bruto das empresas chegaram a 12,37%, frente a 8,5% dos EUA. O resultado é o pior na comparação com as 20 maiores economias do mundo e, ainda de acordo com a FDC, corresponde a mais da metade do custo-Brasil.

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