Nº 51 - Revista Economistas - Março

são defensoras naturais da inclusão e são fundamentais para assegurar que as políticas públicas considerem as diferentes realidades enfrentadas por mulheres e homens, abordando desigualdades e promovendo oportunidades igualitárias. Sua visão abrangente considera não apenas indicadores econômicos, mas também o impacto social e ambiental das políticas, o que é vital para criar um futuro mais equilibrado e sustentável. Porém, apesar dos progressos alcançados, ainda há muitos desafios a serem superados no que diz respeito à representatividade de mulheres economistas nos órgãos públicos. Iniciativas que promovam a igualdade de opor- tunidades e que eliminem as barreiras, princi- palmente salariais, para a ascensão dessas profissionais são fundamentais para garantir uma participação significativa e consolidada. Na pesquisa do Cofecon já mencionada, 51% das mulheres consideraram (em 2021) que a desmotivação era acarretada pelo salário incompatível com o mercado e 55% pela falta de reconhecimento. Dessa forma, o desafio da diminuição da desigualdade salarial por motivo de gênero permanece, mas está ocor- rendo um estímulo para que as mulheres es- tejam preparadas para as oportunidades de grandes cargos públicos. No estudo da professora Claudia Goldin, foram apontados motivos pelos quais a mul- her ainda possui disparidade salarial, como a

2023 por suas pesquisas sobre a mulher no mercado de trabalho, é mais um exemplo dessa conquista. Um estudo realizado entre 2020 e 2022 pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon) mostrou que houve um aumento da participação das mulheres economistas nas áreas públicas: em 2020 a participação foi de 25,9%, em 2021 de 28% e em 2022 de 33,73%. A pesquisa também mostrou que houve um aumento na motivação das economistas: em 2020, 46,9% se mostravam motivadas, em 2021, 48% e em 2022, 54,10% das mulheres economistas estavam motivadas. Isso mostra um despertar das economistas para seu papel fundamental na iniciativa pública e não so- mente nas políticas sociais, mas também nas oportunidades de gestão e finanças. Nos cargos de gestão financeira, a presença das economistas evidencia suas habilidades em analisar riscos, prever tendências econômi- cas e gerir eficientemente os recursos públicos, o que contribui para uma administração mais eficaz e responsável. Nos cargos de gestão estratégica, as mulheres proporcionam melho- rias no clima organizacional das instituições, promovem a equidade e geram mais valor à população. A presença feminina nos órgãos e institu- ições públicas promove diversidade e contribui para uma representação mais equitativa na formulação de políticas públicas. As mulheres

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