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externo (realidade) enquanto o Superego torna-se o representante do mundo interno, ou seja, o representante do Id. Superego é um grau especial do Ego, representando proibições morais internalizadas e ideais da sociedade e é herdeiro do Complexo de Édipo. As duas classes de instintos de 1920, Eros e Thanatos, "se fundem, misturam e ligam uma com a outra" (ibid, p.56) estão aqui localizados no Id. Freud escreveu: "Os perigosos instintos de morte são tratados no indivíduo de diversas maneiras: em parte são tornados inócuos por sua fusão com componentes eróticos, em parte são desviados para o mundo externo sob forma de agressividade, enquanto que em grande parte continuam, sem dúvida, seu trabalho interno sem estorvo" e acrescentou: "quanto mais um homem controla sua agressividade, mais intensa se torna a inclinação de seu ideal à agressividade contra o seu ego" (ibid, p.70-71). O Ego é uma organização lutando pela síntese, um “pacificador” mitigando entre tendências conflitantes de Id e Superego, e um "embaixador", lutando por um compromisso entre três agências psíquicas/sistemas do Id, Ego e Superego e o mundo externo. Uma exposição completa do conflito inconsciente intersistêmico entre os três sistemas/estruturas da mente - Id, Ego e Superego - e a segunda teoria da ansiedade surgiu três anos depois, em “Inibição, Sintoma e Angústia” (Freud, 1926). Aqui, a ansiedade está localizada dentro do ego. Ansiedade era agora considerada como motivo para defesa , não o seu resultado. Ansiedade sinal é uma ansiedade arcaica rudimentar traumática transformada, sinalizando perigos relacionados à perda do objeto, a perda do amor do objeto, a castração e a perda da aceitação interna/do "amor do superego ". A ansiedade ativa defesas, que são agora firmemente localizadas dentro do Ego inconsciente. A lista das defesas continuou a se expandir: em “Fetichismo” (1927), Freud descreveu a “recusa”, a crença inconsciente de simultaneamente saber e não saber. Em “A Divisão do Ego no Processo de Defesa” (1940b [1938]), Freud, baseando-se no mecanismo da recusa, discutiu a cisão inconsciente do Ego à custa de sua função sintética. Todo o tempo, Freud continuou revisitando suas primeiras ideias no novo contexto: Em uma demonstração exemplar de continuidade entre os primeiros e os últimos estágios da elaboração da teoria, em “Construções em Análise” Freud (1937a) retornou à catexia-coisa dos objetos no inconsciente, uma hipótese já sugerida em 1895. Em Estudos sobre a Histeria, Freud (1895) sugeriu que os pacientes histéricos sofriam de reminiscências, também compreendidas como “corpos estranhos” internos. Em 1937, esta tese é revisitada por uma observação que quando ele propôs uma construção, o paciente reagiu com uma lembrança “ ultraclara” , uma Sachbesetzung der Objekte . Freud teorizou que essas lembranças fossem alucinações repetindo experiências psíquicas da primeira infância, que mais tarde foram esquecidas, mas agora retornaram como tais lembranças “ultraclaras”. A lembrança “ultraclara” trai a erupção do inconsciente como “presença” não mediada, um retorno/reavivamento perceptivo-sensorial de um "pensamento" rudimentar não verbalizado ou reprimido/fantasia. Outro exemplo de revisão de ideias iniciais no novo contexto é “Moisés e o Monoteísmo” (Freud, 1939). Aqui, Freud retratou o destino do Inconsciente, memória e repressão de um ângulo sócio-histórico, afirmando: "Quando Moisés trouxe ao povo a ideia de
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