Ademais, no contexto atual de elevada instabilidade geopolítica internacional, assim como de problemas recentes na logística de fornecimento de insumos em diversas cadeias produtivas, a efetiva garantia de fornecimento dos itens necessários para o funcionamento desta nova economia de baixo carbono assume grande importância nas decisões empresariais. Neste sentido, os conceitos de nearshoring e/ ou friendshoring vêm sendo cada vez mais utilizados nas discussões de posicionamentos estratégicos de governos e empresas frente à transição energética. Os governos dos países e/ou regiões mais desenvolvidas, notadamente EUA e Europa, vêm adotando diversas ações de política industrial com objetivo claro de atrair novos investimentos para seus próprios territórios, visando conciliar
a criação de estímulos à retomada econômica com a segurança energética e a redução da dependência de fornecedores externos de insumos estratégicos, em particular aqueles provenientes da China. Nos EUA, ainda em 2022 foi lançado o surpreendente “Inflation Reduction Act” (IRA). A partir deste instrumento, o governo federal pretende disponibilizar US$ 370 bilhões na forma de incentivos para o desenvolvimento de tecnologias “verdes” e “limpas”, visando posicionar as empresas localizadas nos EUA como líderes globais na transição energética. Como resposta a este pacote bilionário de incentivos, os países europeus se organizaram e lançaram, em fevereiro deste ano, o que foi denominado de “Green Deal Industrial Plan”, o qual consolidou e robusteceu uma série de iniciativas que já vinham
Graduado em Economia pela Unicamp, mestre em Economia da Indústria e da Tecnologia pela UFRJ. Consultor da área de Estratégia Corporativa da Petrobras. Professor na UFRJ e no IBMEC-RJ. Consultor em planejamento estratégico. Thiago Moraes Moreira
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ABRIL A JUNHO DE 2023 | REVISTA ECONOMISTAS |
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